Cuba corre o risco de perder 2.700 quilômetros quadrados de terra e milhares de moradias em 2050 devido à elevação do nível do mar, apesar de um programa do governo para diminuir seu impacto, alertou nesta quinta-feira o principal encarregado ambiental da ilha.
"Se for mantido o atual índice de aumento do nível do mar, em 2050 teremos perdido quase 2.700 quilômetros quadrados de superfície terrestre e cerca de 9.000 residências", afirmou o diretor da Agência Nacional de Meio Ambiente, Tomás Escobar.
O arquipélago cubano tem uma superfície de 109.884 km2 e seu litoral se estende por 5.746 km irregulares e com vários trechos acidentados, como abruptos desfiladeiros, praias de areia fina, extensas zonas litorâneas baixas e lodosas, arrecifes coralinos que margeiam a linha costeira, terraços marinhos, enseadas, deltas e baías que proporcionam excelentes portos, segundo os especialistas.
Em um painel sobre a política ambiental cubana, reportado por Prensa Latina, Escobar disse que a elevação do nível do mar "afetará os ecossistemas, a produtividade dos solos agrícolas, aumentará a vulnerabilidade dos assentamentos costeiros, reduzirá as áreas florestais e de cultivo, a qualidade e a disponibilidade d´água".
O diretor afirmou que o governo de Raúl Castro estabeleceu uma política para tentar mitigar as consequências.
"Cuba estabeleceu prioridades em função de reduzir estas vulnerabilidades, identificadas em estudos de prevenção e risco de desastres, feitos por cientistas do país", acrescentou.
Entre elas, citou a conservação e a reabilitação dos ecossistemas protetores da linha de costa: arrecifes de coral, mangues e praias de areia.
"Há lugares que perderam a faixa protetora litoral e ali a missão é preparar os habitantes para que ajudem a reabilitar estes elementos de proteção natural mediante ecotecnologias", disse.
Também mencionou a recuperação do hábitat de espécies de interesse comercial e conservacionista, através da criação artificial de esponjas e do cultivo natural de ostras.
Fonte: AFP