Hong Kong lançou na última segunda-feira, 20, um plano de dez anos para reduzir o lixo individual em 40% como parte de um esforço para acompanhar as outras cidades asiáticas e prevenir uma crise ambiental iminente.
Com uma população de mais de 7 milhões de habitantes, a cidade atualmente envia 1,27 quilo diário de lixo por pessoa para três grandes depósitos ao ar livre, que devem alcançar sua capacidade máxima em 2020.
O projeto do governo propõe atingir esta meta de redução, expandindo a reciclagem, tarifando os serviços sobre resíduos domésticos e melhorando a infraestrutura relacionada com o lixo.
Também debate a possibilidade de construir incineradores e aumentar os locais de depósito disponíveis.
"Para enfrentar os desafios da questão do lixo precisamos fundamentalmente dos esforços conjuntos de toda a comunidade para adotar uma cultura ambientalmente sustentável na vida cotidiana", afirmou a jornalistas o secretário municipal de Meio Ambiente, Wong Kam-sing.
"Estamos comprometidos em tomar todas as iniciativas e decisões necessárias de forma a podermos colocar Hong Kong em um caminho claro, na direção de um estilo de vida de menos uso e menos lixo", afirmou Wong no documento.
O governo espera reciclar 55% do lixo da cidade, incinerar 23% e descartar 22% em depósitos até 2022. Em 2011, 52% do lixo foram descartados em depósitos e 48%, reciclados.
Mas a proposta de construir um incinerador é impopular entre moradores e alguns ambientalistas.
Outras medidas possíveis incluem a expansão da reciclagem dos resíduos alimentares, um sistema de separação e coleta de lixo e uma determinação sobre a construção de extensões de depósitos de lixo.
Segundo o relatório, a maior parte das 9.000 toneladas de resíduos gerados em Hong Kong todos os dias é de origem doméstica, de empresas e indústrias e é composta, em sua maior parte, de putrescíveis, papel e plásticos.
A cidade do sul da China tem uma elevada taxa de produção de lixo em comparação com outras cidades asiáticas com desenvolvimento econômico semelhante, disse Wong, que acrescentou que Hong Kong ficou para trás porque não seguiu os passos necessários para reduzir o lixo.
A geração local de lixo per capita é maior do que em outras grandes cidades asiáticas, incluindo Tóquio e Seul, que geram, respectivamente, 0,77 kg e 0,95 kg de lixo diário por pessoa, segundo o documento.
Wong também citou o exemplo de Taipé, onde um sistema de taxação do lixo por volume reduziu a quantidade de resíduos por pessoa em 65% entre 2000 e 2011, segundo estatísticas da Autoridade Ambiental de Taiwan.
O Departamento de Proteção Ambiental da cidade havia apresentado anteriormente um projeto de dez anos para a gestão do lixo da cidade em 2005, mas foi criticado por ter fracassado em implementar grande parte do plano.
Fonte: AFP