Filipinas planeja atingir 100% de energia renovável em dez anos


A República das Filipinas, apesar de ser considerada um país em desenvolvimento e relativamente pequeno, está criando um plano mais ambicioso do que muitas nações desenvolvidas em se tratando de energias renováveis. Nesta semana, o país lançou as bases para um plano abrangente de energia limpa, que visa colocar os filipinos a caminho de uma matriz 100% renovável dentro de uma década.

Em um encontro nesse domingo (30) entre representantes dos governos locais e federal das Filipinas, a Comissão de Mudanças Climáticas (CCC) e Alexandre Ochs, diretor de energia do Worldwatch Institute (WWI), foram estabelecidos alguns critérios para o Roteiro de Energia Sustentável, que ajudará as Filipinas a atingir a meta.

O roteiro tem como objetivo uma abordagem integrada para analisar as mudanças tecnológicas, socioeconômicas, financeiras e políticas necessárias para fazer uma transição para um sistema energético inteiramente baseado em eficiência energética, soluções de rede inteligentes e fornecimento de energia renovável.

O Worldwatch Institute desenvolverá um inventário de infraestrutura que avaliará soluções para a renovação da rede e armazenagem de energia. O roteiro também explorará os impactos socioeconômicos das diversas fontes de energia, incluindo o potencial do desenvolvimento energético sustentável para criar empregos e reduzir os custos da eletricidade e da saúde.

Segundo Heherson Alvarez, comissário do CCC, o novo sistema de energia sustentável exigirá planejamento e cooperação entre instituições privadas, governamentais e internacionais, para que em longo prazo a crescente capacidade de energia renovável do país substitua a importação de combustíveis poluentes. Assim, além de gerar energia renovável, os produtos e serviços filipinos se tornarão mais competitivos e mais empregos serão criados.

“Esse país tem uma oportunidade enorme de demonstrar quão inteligente e integradamente o planejamento energético pode ser feito no século 21. Qualquer país no mundo tem grande potencial para pelo menos uma fonte renovável, tal como biomassa, geotérmica, hidrelétrica, oceânica, solar ou eólica”, colocou Ochs.

“As Filipinas têm todas elas, assim como os recursos humanos, know-how tecnológico e liderança política necessários para fazer da transição para as baixas emissões uma realidade dentro de menos de uma geração”, acrescentou o diretor do WWI.

O país já deu alguns passos com as energias geotérmica e hidrelétrica, e até mesmo resíduos de arroz, coco e cana-de-açúcar são utilizados para gerar energia no país, mas Ochs afirma que é o roteiro que realmente colocará as Filipinas a caminho de um futuro de energia limpa. As Filipinas querem aproveitar as várias formas de energia renovável que o país tem disponível, comentou o diretor do WWI.

Ochs salientou que o roteiro poderá ser aplicado também a outros países – tanto industrializados quanto em desenvolvimento – e em vários níveis políticos e organizacionais, municipais, regionais e nacionais.

Fonte: Instituto Carbono Brasil