Por Caroline Machado
Repórter DomTotal
Uma das principais ameaças à existência das tartarugas marinhas é a poluição das águas. Elementos orgânicos e inorgânicos, como petróleo, lixo e esgoto, lançados ao mar, interferem na alimentação e locomoção das diversas espécies, prejudicando o ciclo de vida das tartarugas, segundo informações divulgadas pelo Projeto Tartarugas Marinhas (Tamar).
Criado há 33 anos, o Projeto Tamar atua em nove estados brasileiros, com o auxílio anual de 150 estudantes e recém-formados das áreas de ciências biológicas, oceanografia e medicina veterinária, protegendo as cinco espécies de tartarugas (verde, cabeçuda, de couro, de pente e oliva), todas ameaçadas de extinção, que utilizam o litoral brasileiro para se alimentar e reproduzir.
A estudante de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Thaís Araújo participou do programa de estágio entre outubro de 2012 e março de 2013, e afirma que as ações do homem são decisivas no processo de extinção. “Somos nós, seres humanos, os principais responsáveis pela destruição dos habitats das tartarugas. A exploração de recursos naturais e degradação ambiental dificultam a sobrevivência das espécies”, afirma Thaís.
Encerrada oficialmente em março, mas com registros de desovas até maio, a temporada reprodutiva 2012/2013 das tartarugas marinhas no continente atingiu novos recordes. Dados divulgados pelo Projeto Tamar apontam um aumento de 3% em relação à temporada anterior. Para a universitária, o resultado é fruto do trabalho realizado por 16 bases localizadas em áreas prioritárias de desova. “Só conquistamos este índice graças ao auxílio comunitário e esforços dos estagiários e trainees na educação ambiental e monitoramento das praias”, declara.
A estudante de Ciências Biológicas destaca ainda a importância da conscientização ambiental da população para a preservação dos animais, pois os hábitos alimentares das tartarugas marinhas estão relacionados à ingestão de plásticos e demais resíduos lançados ao mar. “A tartaruga-verde, por exemplo, não segue suas presas e acaba ingerindo os objetos que encontra pela frente. Lixo inorgânico, principalmente redes de pesca, é constantemente consumido por espécies que se alimentam de águas-vivas, como a tartaruga-de-couro. A falta de consciência humana afeta não só as tartarugas, mas todo o ambiente marinho”, conclui Thais.
Fonte: Redação DomTotal