Brasil precisa retomar liderança nas negociações climáticas


A reunião de Cúpula da ONU sobre Clima começa nesta terça-feira (23) em Nova York, com a expectativa de que os líderes mundiais presentes ao evento ajudem a criar condições para que um novo e ambicioso acordo climático global possa ser assinado durante a Conferência do Clima de Paris (COP 21), em dezembro de 2015. 

Os compromissos do acordo devem incluir metas de redução de gases de efeito estufa proporcionais à responsabilidade histórica dos países e sua capacidade de cumpri-las, tendo como referência o limite dos 2°C de aumento na temperatura. O novo acordo deve entrar em vigor após 2020. 

Estão sendo esperados chefes de 120 países, como ministros e presidentes, convidados da sociedade civil e representantes da iniciativa privada.

Reafirmar protagonismo

Para a CEO do WWF-Brasil, Maria Cecilia Wey de Brito, do ponto de vista externo, o Brasil precisa urgentemente reafirmar seu protagonismo e liderança nas negociações internacionais sobre o clima. “Trata-se de um processo de grande relevância para garantir que direitos básicos como alimento, água e energia sejam assegurados a toda população”, afirmou. 

Internamente, disse ela, o país deve retomar os principais compromissos e iniciativas capazes de conduzir a nação ao desenvolvimento de baixo carbono. Entre eles, a redução do desmatamento na perspectiva do desmatamento líquido zero, os incentivos para aumentar a participação de energias renováveis alternativas na matriz energética nacional, as propostas para o transporte com baixas emissões e o aumento de investimentos em agricultura de baixo carbono. 

Manifestações pelo mundo

Para a líder ambientalista, o país também deve se esforçar para elaborar seu Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas com objetivos e metas claras de implementação e que envolva a União, estados e municípios em ações de adaptação aos efeitos do aquecimento global. 

No final de semana, diversas manifestações ocorreram ao redor do mundo para ressaltar a importância e a urgência de uma sinalização positiva dos principais líderes climáticos rumo a um acordo que garanta um futuro com segurança climática para a população mundial. 

Além das organizações ambientalistas, instituições financeiras de vários países também ressaltaram a necessidade de um sinal político claro da importância no investimento de baixo carbono rumo a uma economia de baixas emissões.

 

Fonte: WWF Brasil