Cidades de MG estão entre as que mais desmataram a Mata Atlântica


           

Levantamento que analisou o desmatamento da Mata Atlântica em 3.429 cidades cobertas pelo bioma, o mais ameaçado do Brasil, apontou que dos dez municípios que mais registraram desflorestamento entre 2012 e 2013, cinco estão em Minas Gerais, três no Piauí e dois na Bahia.

Os dados divulgados nesta quarta-feira (17) integram o Atlas de Remanescentes Florestais, que teve parte do estudo lançada em maio deste ano pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, e a organização SOS Mata Atlântica, de São Paulo.

Na época, as instituições apontaram que o bioma perdeu 235 km² de vegetação entre 2012 e 2013, aumento de 9% em relação ao período anterior avaliado (2011-2012). A área equivale a quase seis vezes o tamanho do Parque Nacional da Tijuca, que fica no Rio de Janeiro, ou ainda a 24 mil campos de futebol.

Conservação em xeque em MG – De acordo com a segunda parte da pesquisa, Manoel Emídio (PI) foi a cidade brasileira que mais desmatou. No período analisado, houve a perda de 31,3 km² de vegetação. De acordo com a SOS, o aumento da produção agrícola na região teria relação com a alta do desmate.

A área de floresta eliminada na cidade piauiense equivale à soma total do desmate registrado nas cinco cidades mineiras do ranking. Águas Vermelhas, Ponto dos Volantes, Itinga, Curral de Dentro e Novo Cruzeiro perderam juntas 31,3 km² de mata.

Minas foi o estado que mais devastou o bioma entre 2012 e 2013. O levantamento apontou a retirada de 84,3 km² de vegetação – queda de 22% em relação ao total desmatado entre 2011 e 2012, que foi de 107 km². Marcia Hirota, diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica, afirma que a extração de madeira para carvoaria e plantio de eucalipto são as principais causas de registro de desflorestamento no estado.

Piauí vem em seguida, com a supressão de 66,3 km² de floresta. Bahia foi o terceiro estado que mais desmatou, responsável pela derrubada de 47,7 km² de vegetação no período avaliado. As cidades baianas que aparecem no ranking são Wanderley e Brejolândia.

Atualmente, restam apenas 8,5% de remanescentes florestais acima de 100 hectares. Somados todos os fragmentos de floresta nativa acima de 3 hectares, restam 12,5% da área original de Mata Atlântica, que tinha 1,3 milhão de km² quando o Brasil foi descoberto.

Essa paisagem natural é uma das mais ricas em biodiversidade, e até 60% de suas espécies de plantas são endêmicas, ou seja, só existem naquela região.

Fonte: G1

Laísa Mangelli