Resolução traz novas definições para embalagens de agrotóxicos


Documento conta com requisitos e critérios técnicos para o licenciamento ambiental e revisa as exigências anteriores

           

A resolução que dispõe sobre os requisitos e critérios técnicos mínimos necessários para o licenciamento ambiental, pelos órgãos competentes, de unidades de recebimento de embalagens de agrotóxicos e afins, vazias ou contendo resíduos, regularmente fabricados e comercializados foi  publicada nesta segunda-feira (8), no Diário Oficial da União. 

 

O novo texto revisa as exigências anteriores, tornando-as compatíveis com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que instituiu a logística reversa no setor. 

 

A logística reversa compreende um conjunto de ações, procedimentos e meios para viabilizar a coleta e restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação. 

 

Por resolução do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente), o setor de embalagens de agrotóxicos foi um dos primeiros a adotar a logística reversa, há mais de dez anos, obtendo bons resultados, de acordo com o monitoramento feito pelas autoridades ambientais. 

 

Para efeito desta resolução serão adotadas, dentre outras, as seguintes definições: 

  1. Postos para recebimento, controle e armazenamento temporário das embalagens de agrotóxicos e afins, vazias ou contendo resíduos, até que as mesmas sejam transferidas às centrais ou diretamente à destinação final ambientalmente adequada;
  2. Centrais destinadas ao recebimento, controle, redução de volume, acondicionamento e armazenamento temporário de embalagens de agrotóxicos e afins, vazias ou contendo resíduos, que atenda aos consumidores, estabelecimentos comerciais e postos, até a retirada das embalagens e resíduos para a destinação final ambientalmente adequada;
  3. Unidades volantes, ou veículos destinados à coleta regular de embalagens de agrotóxicos e afins, vazias ou contendo resíduos, para posterior entrega em posto, central ou local de destinação final ambientalmente adequada; 
  4. Estabelecimentos comerciais nos quais será realizada a comercialização de agrotóxicos e afins e que serão responsáveis pelo recebimento, controle e armazenamento temporário das embalagens de agrotóxicos e afins, vazias ou contendo resíduos.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente

Laísa Mangelli

 

Energia Solar ajuda a reduzir o consumo de energia no Brasil


                   

 

Projeções do governo federal para as próximas quatro décadas mostram que a captação da energia solar em residências terá papel fundamental para a redução do consumo de eletricidade no país, representando em 2050 economia de 8.604 Gigawatts-hora. Isso corresponde a metade de energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro em 2013. Esta e outras avaliações de cenários da matriz energética nacional integram os estudos econômicos e de demanda para o PNE (Plano Nacional de Energia) 2050, que está em debate.

As diretrizes apontadas pelo PNE vão afetar diretamente a região, que possui cidades no topo do ranking de consumo de energia elétrica do Estado de São Paulo, a exemplo de São José dos Campos.

Planejamento. Diante das crescentes dificuldades de aproveitamento da matriz hidrelétrica por conta da estiagem, a análise de cenários também tem importância estratégica para garantir a viabilidade econômica do país.

Neste horizonte de incertezas, o sol mostra ser uma das principais apostas para a captação de energia, tanto para o aquecimento da água quanto para a geração de energia elétrica por meio de células voltaicas.

Demanda. A projeção é que com a instalação de placas para captar a luz solar nos domicílios, 13% da carga do segmento residencial será atendida por essa energia. São aproximadamente 15 milhões de domicílios com a tecnologia, ou 18% do total potencial. O PNE também avalia que, em 2050, 24% do aquecimento de água dos domicílios seja feito usando o calor do sol, contra os atuais 5%. Com isso, o uso de eletricidade para esse fim cairá de 88%, em 2013, para 38% em 2050, liberando essa energia para outros usos. Os estudos são conduzidos pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

EDP beneficia 1.598 moradias na RMVale

A captação de energia solar para aquecimento de água e o uso de equipamentos ecoeficientes beneficiou até o momento 1.598 famílias da RMVale por meio do Programa de Eficiência Energética desenvolvido pela EDP Bandeirante.

No Estado de São Paulo, o programa é realizado em conjuntos populares construídos pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano).

Nas moradias beneficiadas, os chuveiros elétricos são substituídos pelo sistema solar, composto por placas coletoras, reservatórios e chuveiros inteligentes. A EDP também proporciona a infraestrutura para a instalação.

Lâmpadas fluorescentes compactas, mais eficientes do que as incandescentes, completam o pacote de benefícios, que podem contribuir para uma redução do valor da conta de luz de até 30%.

Balanço. Em nível nacional, até o final de 2014 foram investidos mais de R$ 50 milhões no projeto. A iniciativa já beneficiou cerca de 11.200 famílias com a instalação de reservatório e coletor solar em cada uma das residências atendidas e com a doação de mais de 65 mil lâmpadas fluorescentes compactas.

Radiação. A incidência de radiação solar no território brasileiro é um dos fatores que justificam o sucesso do projeto.

Segundo o Atlas Brasileiro de Energia Solar, desenvolvido pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Brasil tem uma irradiação solar diária que varia de 4,25 kWh/m² a 6,5 kWh/m². Este índice é superior ao da maioria dos países da União Europeia, como Alemanha (0,9 – 1,25 kWh/m²), França (0,9 – 1,65 kWh/m²) e Espanha (1,20 – 1,85 kWh/m²), onde projetos para aproveitamento de recursos solares são disseminados.

 

Entrevista com Roberto Devienne, engenheiro elétrico e professor da Unitau

 

Como o senhor avalia os estudos que mostram o cenário de uso cada vez maior dos sistemas de aquecimento solar?

O aquecimento de água com energias solar tem essa dinâmica, reflete na economia, principalmente no horário de ponta, de maior consumo, quando as pessoas chegam em casa para o seu banho.

O Brasil apresenta evolução tecnológica nessa área? O Brasil tem sido pioneiro nessa área. Empresas como a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) estão bastante avançadas quanto a isso. O próprio governo federal, por meio do programa Minha Cassa, Minha visa, tem atuado bastante neste setor.

Quais são os efeitos imediatos com a implantação desse sistema nas residências?

Você auxilia o Sistema Interligado Nacional nos horários mais críticos e consegue dar um conforto maior às famílias com a redução no valor das contas.

Quais outros benefícios o senhor poderia citar?

Com a redução no valor das contas, você também consegue diminuir a inadimplência e também reduz o que chamamos de perdas técnicas. Um dos exemplos está nos casos de roubo e furto de energia. O Rio de Janeiro, por exemplo, tem um índice de 30% de perda comercial.

Moradores de casas que possuem sistemas de captação de energia solar reclamam de dificuldades de manutenção e reposição de peças. Como o senhor vê isto?

Falta mão de obra. O Brasil não está conseguindo formar engenheiros suficientes para garantir a infraestrutura. Está faltando técnicos. Também existem equipamentos mais baratos, com manutenção difícil. Não tem peças no mercado.

Além do aproveitamento da energia solar para o consumo doméstico, qual outra possibilidade o senhor considera?

Com um custo entre R$ 20 mil e R$ 40 mil, você instala em sua casa um sistema de módulos solares e tem uma mini usina de energia. Você pode vender a energia excedente e receber na forma de créditos. Falta financiamento.

Fonte: O Vale Online – 11.01.2015