Último relatório divulgado pelo Instituto Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon)* aponta que odesmatamento na Amazônia Legal, área que compreende nove estados brasileiros e corresponde a quase 60% do território do país, atingiu 58 km2 em março. No mês anterior, tinham sido desmatados 42 km2 de florestas.
Em março de 2014, entretanto, o desmatamento registrado pelo Imazon foi muito menor: 20 km2 . Isso significa que na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve aumento de 195% na taxa de corte raso da floresta.
Entre os meses de agosto de 2015 e março último, o desmatamento acumulado registrado pelo instituto foi de 1.761 km2, um salto de 214% em comparação aos mesmos oito meses dos anos anteriores.
Os estados onde se encontram as maiores áreas de destruição da vegetação são Mato Grosso (76%) e Amazonas (13%), seguidos por Rondônia (8%), Tocantins (2%) e Pará (1%). A grande maioria (86%) da devastação ocorreu em terrenos privados ou sob diversos estágios de posse. Outros 9% aconteceram em assentamentos de reforma agrária.
Nos dois últimos meses, o desmatamento na Floresta Amazônia apresentou grande queda em relação ao começo do ano. Em janeiro de 2015, o Imazon detectou 288 km2 de corte raso da floresta. No segundo semestre do ano passado, este número variou muito e chegou a atingir até impressionantes 843 km2.
Os alertas de desmatamento e degradação florestal realizados pelo instituto são gerados pela plataforma Google Earth Engine (EE), com a utilização de imagens de satélites e mapas digitais. Os boletins sempre fazem a comparação anual, ou seja, o mês atual com o mesmo período do ano passado.Todavia, os indíces de deflorestamento da Amazônia publicados pelo Imazon não são oficiais.
O governo federal só leva em conta os dados elaborados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que frequentemente apresenta números diferentes aos do Imazon. A discrepância nos resultados se dá ao uso de metodologias distintas de avaliação. O Inpe ainda não divulgou os índices de março.
Apesar da queda recente, muitos especialistas alertam para a necessidade de se levar em conta o índice acumulado do desmatamento e não taxas anuais ou mensais. Entre 1973 e 2013, foram desmatados a corte raso 762 mil km2 de floresta – isto é o mesmo que três estados de São Paulo e duas Alemanhas (entenda melhor na reportagem )
Fonte: Planeta sustentável