El Niño pode causar queda na produção de alimentos


FAO alerta para estiagem e queda da produção de alimentos na América Central provocadas por El Niño

Fenômeno climático aquece as águas do Pacífico e agrava a aridez da região. Mais de 150 mil famílias estão sendo afetadas por quedas nas safras. Em El Salvador, perdas somam 28 milhões de dólares.

 

Seca ameaça segurança alimentar na Guatemala, em El Salvador, em Honduras e no Nicarágua. PMA/Phil Behan

 

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) alertou, na segunda-feira (14), para a situação preocupante da América Central, cujos países enfrentam perdas nas safras de cereais devido aos efeitos do El Niño. El Salvador, Honduras, Guatemala e Nicarágua devem apresentar queda de até 60% na produção de milho e até 80% na de feijão, segundo projeções da FAO. Mais de 150 mil famílias serão afetadas pelas baixas nas colheitas.

As nações mencionadas fazem parte do “corredor seco” da América Central, região caracterizada por estiagens recorrentes. Em 2015, a situação da área foi agravada por conta do El Niño, fenômeno climático que provoca aquecimento da superfície das águas do Oceano Pacífico, gerando massas de ar muito secas. A aridez reduz as áreas de plantio e tem impactos diretos nas safras. Em El Salvador, por exemplo, as perdas estimadas somam cerca de 28 milhões de dólares.

A FAO tem estabelecido parcerias com os governos locais a fim de combater os efeitos do El Niño, oferecendo treinamento para a população rural e desenvolvendo estratégias e sistemas de monitoramento da produção. As autoridades de El Salvador, Honduras, Guatemala e Nicarágua já começaram a distribuir, entre os agricultores, pacotes de ajuda que incluem sementes, fertilizantes e bombas de irrigação.

De modo a evitar a elevação dos preços de alimentos de primeira necessidade, países da região aumentaram suas importações, comprando alimentos de outras nações da América Latina. Apesar dos esforços, o valor de cereais, como o milho, já está bem acima do registrado no ano passado. Este é o segundo ano seguido em que os territórios do “corredor seco” enfrentam as consequências do El Niño.

Informe da ONU Brasil, in EcoDebate, 17/09/2015