A importância da tecnologia para a sustentabilidade


 

Não me lembro se aqui no blog já escrevi sobre a importância da tecnologia para a sustentabilidade. Não falo de TI, bit/byte, códigos ou programação. Falo da tecnologia no sentido pleno da palavra. Novos conhecimentos técnicos e científicos aplicados no desenvolvimento de produtos e processos para a promoção ou o alcance da sustentabilidade. Se não falei, falo agora. É que para quem me conhece e convive comigo, o assunto é bem comum.
 
Uma das historias que mais gosto de contar é a de Malthus, que lá atrás previu um apocalipse now famélico ao dizer que enquanto a produção de alimentos crescia em progressão aritmética, a população crescia em progressão geométrica. E que chegaria um momento em que não haveria alimentos suficientes para toda a população.
 
Obviamente a teoria de Malthus não se concretizou. Mas Malthus estava errado? Não, não estava. E por quê? Porque a análise de dados dele era com base nos fatos da época, finalzinho do século XVIII. Sabe aquela palavrinha mágica que a maioria das pessoas esquece quando faz um julgamento? Pois é, contexto.  Dado o contexto da época, Malthus não errou em sua análise. Se tudo caminhasse da forma que se desenhava, era bem provável que lá na Itália, na Áustria ou em Portugal, algum tataravô meu tivesse morrido de fome e eu não estaria aqui escrevendo este texto.
 
Mas aí eu pergunto: porque, então a teoria de Malthus não vingou? Tecnologia, meus caros. Tecnologia. Porque com o passar do tempo, o homem desenvolveu tecnologia que permitisse uma produção maior de alimentos que atendesse a demanda da população. Desenvolvimento de ferramentas, equipamentos mecanizados, desenvolvimento de produtos que ajudaram a uma maior produtividade, desenvolvimento de técnicas de plantio mais eficazes, sementes melhores. T-E-C-N-O-L-O-G-I-A.
 
Trazendo a perspectiva malthusiana para o século XXI, vejo questionamentos bem semelhantes com relação às mudanças climáticas. De um lado temos o IPCC que já admite o fato de que daqui a pouco mais de 80 anos a temperatura do mundo vai subir no mínimo do mínimo do mínimo 2ºC. Se a gente raspar um pouco mais o tacho, consegue aumentar “só” 1,5ºC. Mas vai ter de abrir mão de muita coisa.
 
Aí tem a galera do veja bem dizendo que pode não ser assim, que o cenário pode não ser tão ruim e bla bla bla. Sim, acredito que o cenário pode não ser tão ruim assim, desde que a tecnologia utilizada para mitigação do clima seja outra. Porque com as ferramentas, os processos e o comportamento que temos hoje, acredito no cenário que o IPCC aponta.
 
Mas será que 80 anos são suficientes para que seja desenvolvida alguma tecnologia capaz de conter as mudanças climáticas?
 
Brother, há menos de 100 anos a função básica do petróleo era servir de combustível pra acender lamparina. Quem imaginou na década de 1960, por exemplo, que aqueles moinhos de vento lá do século VII, VIII, seriam os precursores de turbinas eólicas capazes de gerar, no século XXI, energia para cidades inteiras? Ou que eu, como pessoa física, poderia ser responsável pela geração da minha própria energia com placa solares no meu telhado?
 
Dentro desse cenário, vejo muitas oportunidades para a sustentabilidade. Muitas mesmo. E vejo oportunidade para empresas que queiram se posicionar dentro de um mercado de tecnologia para a sustentabilidade. Citei a perspectiva das mudanças climáticas, mas tem tecnologia de sustentabilidade para água, alimentos, energia, mobilidade, telecomunicações, enfim, qualquer setor. Qualquer setor mesmo.
 
Não é de hoje que falo dela, pelo contrário, mas uma das empresas que soube enxergar essas oportunidades brilhantemente, é a GE. Para quem já fez meu curso de planejamento estratégico sustentável, dedico um tempo dele para falar da linha Ecomagination, um dos melhores cases de produtos com pegada de sustentabilidade e de como a sustentabilidade transformou a estratégia de uma empresa. Tipo, não estou falando daquele bla bla bla engana trouxa que tem nos relatórios de sustentabilidade de todas as empresas. Estou falando de estratégia de verdade, de impacto no faturamento, de indicadores, de vendas, de lucro.
 
Durante os Jogos Olímpicos, tive a oportunidade de conhecer o Centro de Pesquisa da GE na Ilha do Fundão, na UFRJ. Lá conheci solução de tecnologia para limpeza da água na extração de petróleo em pré-sal, soluções de tecnologia aplicada à saúde, à iluminação, à logística, ao setor energético… Tem, até, soluções de tecnologia associada à melhoria de performance no esporte! O mais interessante da visita foi ver que a linha de atuação da GE é muito variada, mas se analisarmos detalhadamente cada um dos produtos/soluções que ela comercializa hoje, veremos facilmente como a tecnologia é aplicada para gerar resultados voltados para a sustentabilidade.
 
Tecnologia esportiva GE – canoagem de velocidade

 

Visita ao laboratório do Tíbio e Perônio, recriado pela GE em ação dos Jogos Rio 2016

 

E mais do que isso, foi sensacional ver a remodelagem dos negócios de uma empresa e como a sustentabilidade teve papel importante nisso. Ver o que era a GE há pouco mais de dez anos, quando Jack Welch, o bambambam dos CEOs, presidia a empresa e lutava com todas as forças por menos regulamentações ambientais, e o que ela se tornou na gestão do Jeffrey Immelt, é bacana demais. Sabe aquela empresa que vendia lâmpada incandescente e depois passou a vender eletrodoméstico? Então, ela cresceu. 

Não me lembro se aqui no blog já escrevi sobre a importância da tecnologia para a sustentabilidade. Não falo de TI, bit/byte, códigos ou programação. Falo da tecnologia no sentido pleno da palavra. Novos conhecimentos técnicos e científicos aplicados no desenvolvimento de produtos e processos para a promoção ou o alcance da sustentabilidade. Se não falei, falo agora. É que para quem me conhece e convive comigo, o assunto é bem comum.
 
Uma das historias que mais gosto de contar é a de Malthus, que lá atrás previu um apocalipse now famélico ao dizer que enquanto a produção de alimentos crescia em progressão aritmética, a população crescia em progressão geométrica. E que chegaria um momento em que não haveria alimentos suficientes para toda a população.
 
Obviamente a teoria de Malthus não se concretizou. Mas Malthus estava errado? Não, não estava. E por quê? Porque a análise de dados dele era com base nos fatos da época, finalzinho do século XVIII. Sabe aquela palavrinha mágica que a maioria das pessoas esquece quando faz um julgamento? Pois é, contexto.  Dado o contexto da época, Malthus não errou em sua análise. Se tudo caminhasse da forma que se desenhava, era bem provável que lá na Itália, na Áustria ou em Portugal, algum tataravô meu tivesse morrido de fome e eu não estaria aqui escrevendo este texto.
 
Mas aí eu pergunto: porque, então a teoria de Malthus não vingou? Tecnologia, meus caros. Tecnologia. Porque com o passar do tempo, o homem desenvolveu tecnologia que permitisse uma produção maior de alimentos que atendesse a demanda da população. Desenvolvimento de ferramentas, equipamentos mecanizados, desenvolvimento de produtos que ajudaram a uma maior produtividade, desenvolvimento de técnicas de plantio mais eficazes, sementes melhores. T-E-C-N-O-L-O-G-I-A.
 
Trazendo a perspectiva malthusiana para o século XXI, vejo questionamentos bem semelhantes com relação às mudanças climáticas. De um lado temos o IPCC que já admite o fato de que daqui a pouco mais de 80 anos a temperatura do mundo vai subir no mínimo do mínimo do mínimo 2ºC. Se a gente raspar um pouco mais o tacho, consegue aumentar “só” 1,5ºC. Mas vai ter de abrir mão de muita coisa.
 
Aí tem a galera do veja bem dizendo que pode não ser assim, que o cenário pode não ser tão ruim e bla bla bla. Sim, acredito que o cenário pode não ser tão ruim assim, desde que a tecnologia utilizada para mitigação do clima seja outra. Porque com as ferramentas, os processos e o comportamento que temos hoje, acredito no cenário que o IPCC aponta.
 
Mas será que 80 anos são suficientes para que seja desenvolvida alguma tecnologia capaz de conter as mudanças climáticas?
 
Brother, há menos de 100 anos a função básica do petróleo era servir de combustível pra acender lamparina. Quem imaginou na década de 1960, por exemplo, que aqueles moinhos de vento lá do século VII, VIII, seriam os precursores de turbinas eólicas capazes de gerar, no século XXI, energia para cidades inteiras? Ou que eu, como pessoa física, poderia ser responsável pela geração da minha própria energia com placa solares no meu telhado?
 
Dentro desse cenário, vejo muitas oportunidades para a sustentabilidade. Muitas mesmo. E vejo oportunidade para empresas que queiram se posicionar dentro de um mercado de tecnologia para a sustentabilidade. Citei a perspectiva das mudanças climáticas, mas tem tecnologia de sustentabilidade para água, alimentos, energia, mobilidade, telecomunicações, enfim, qualquer setor. Qualquer setor mesmo.
 
Não é de hoje que falo dela, pelo contrário, mas uma das empresas que soube enxergar essas oportunidades brilhantemente, é a GE. Para quem já fez meu curso de planejamento estratégico sustentável, dedico um tempo dele para falar da linha Ecomagination, um dos melhores cases de produtos com pegada de sustentabilidade e de como a sustentabilidade transformou a estratégia de uma empresa. Tipo, não estou falando daquele bla bla bla engana trouxa que tem nos relatórios de sustentabilidade de todas as empresas. Estou falando de estratégia de verdade, de impacto no faturamento, de indicadores, de vendas, de lucro.
 
Durante os Jogos Olímpicos, tive a oportunidade de conhecer o Centro de Pesquisa da GE na Ilha do Fundão, na UFRJ. Lá conheci solução de tecnologia para limpeza da água na extração de petróleo em pré-sal, soluções de tecnologia aplicada à saúde, à iluminação, à logística, ao setor energético… Tem, até, soluções de tecnologia associada à melhoria de performance no esporte! O mais interessante da visita foi ver que a linha de atuação da GE é muito variada, mas se analisarmos detalhadamente cada um dos produtos/soluções que ela comercializa hoje, veremos facilmente como a tecnologia é aplicada para gerar resultados voltados para a sustentabilidade.
 
Tecnologia esportiva GE – canoagem de velocidade

 

Visita ao laboratório do Tíbio e Perônio, recriado pela GE em ação dos Jogos Rio 2016

 

E mais do que isso, foi sensacional ver a remodelagem dos negócios de uma empresa e como a sustentabilidade teve papel importante nisso. Ver o que era a GE há pouco mais de dez anos, quando Jack Welch, o bambambam dos CEOs, presidia a empresa e lutava com todas as forças por menos regulamentações ambientais, e o que ela se tornou na gestão do Jeffrey Immelt, é bacana demais. Sabe aquela empresa que vendia lâmpada incandescente e depois passou a vender eletrodoméstico? Então, ela cresceu.