Segundo estudo, El Niño liberou quatro vezes mais CO2 na Amazônia


Doug Morton/NASA

El Niño representa o aquecimento anormal das águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico Equatorial.

A reportagem foi publicada por Portal Amazonia, 08-10-2018.

A revista acadêmica ‘Philosophical Transactions of the Royal Society B’ publicou um artigo que aponta uma grande emissão de dióxido de carbono (Co2) por parte dos incêndios registrados na Amazônia. Elaborado pela Universidade de Lancaster, no Reino Unido, o estudo mostra uma relação entre as queimadas que aconteceram entre 2015 e 2016, na região Amazônica, causados pelo fenômeno El Niño, e o aumento de até quatro vezes do CO2.

Segundo o professor, Kieran Withey, o principal autor do estudo, os incêndios descontrolados nas florestas tropicais úmidas durante secas extremas são uma fonte importante e pouco quantificada de emissões de CO2. A equipe analisou mais de 6 milhões de hectares, ou seja, cerca de 0,2% da Amazônia brasileira.

Ainda de acordo com os pesquisadores, os incêndios catalogados emitiram mais de 30 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, ou seja, um número quatro vezes maior que o esperado.

Entenda

El Niño representa o aquecimento anormal das águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. A palavra El Niño é derivada do espanhol, e refere-se a presença de águas quentes que todos os anos aparecem na costa norte de Peru na época de Natal. Os pescadores do Peru e Equador chamaram a esta presença de águas mais quentes de Corriente de El Niño em referência ao Niño Jesus ou Menino Jesus.

IHU