A rede WWF lançou nesta terça-feira, 30 de outubro, a 12ª edição do Relatório Planeta Vivo, uma publicação bianual e abrangente, que mostra as tendências globais de biodiversidade e o estado da vida no planeta.
O levantamento traz evidências sobre uma mensagem que a natureza tem repetido constantemente: a forma como alimentamos, abastecemos e financiamos nossa sociedade e economia está levando a natureza e os benefícios que ela nos fornece ao limite.
A partir de múltiplos indicadores, incluindo o Índice Planeta Vivo (IPV) elaborado pela Sociedade Zoológica de Londres, o relatório nos mostra a urgência de um novo acordo global para e pela natureza e pessoas com objetivos claros e ambiciosos, com metas e índices, para reverter a tendência atual de queda de vida. Essa queda que atinge o planeta que nós chamamos de casa.
Segundo o relatório, em menos de 50 anos, o planeta Terra registrou um declínio de 60% do tamanho da população das espécies de vertebrados. Em um artigo recente na revista Nature, pesquisadores analisaram as ameaças mais comuns enfrentadas por mais de 8.500 espécies ameaçadas ou quase ameaçadas da Lista Vermelha da IUCN. Eles constataram que os principais fatores da redução da biodiversidade continuam sendo a superexploração e a agricultura. De fato, de todas as espécies de plantas, anfíbios, répteis, aves e mamíferos extintas desde 1500 d.C., 75% foram prejudicadas pela superexploração, atividade agrícola ou ambas.
Necessidades globais
“Nos próximos anos, precisamos urgentemente transitar para uma sociedade neutra em carbono e deter e reverter a perda da natureza – por meio de financiamento verde, energia limpa e produção de alimentos ecologicamente correta. Devemos também manter e restaurar solos e mares no estado natural tanto quanto possível”, destaca Marco Lambertini, diretor-geral da WWF International.
De acordo com o estudo, toda atividade econômica depende, em última instância, dos serviços prestados pela natureza, tornando-a um componente imensamente valioso da riqueza de uma nação. Estima-se que, globalmente, a natureza forneça serviços no valor de US$ 125 trilhões por ano. Governos, empresas e o setor financeiro estão começando a questionar como os riscos ambientais globais – como aumentar a pressão sobre terras agrícolas, degradação do solo, estresse hídrico e condições climáticas extremas eventos – afetará o desempenho macroeconômico dos países, setores e mercados financeiros.
Entre as principais conclusões do levantamento estão:
- Atualmente, 90% dos pássaros marinhos têm fragmentos de plástico no estômago;
- A natureza fornece, globalmente, serviços que valem cerca de US$ 125 trilhões por ano;
- No século 20, os peixes de água doce tiveram a maior taxa de extinção entre os vertebrados do planeta;
- Cerca de 200 milhões de pessoas dependem dos recifes de corais para se proteger de tempestades e ondas;
- Florestas tropicais estão desaparecendo: quase 20% da Amazônia desapareceu em apenas 50 anos;
- Nos últimos 50 anos, a taxa de aumento médio da temperatura global foi 170 vezes maior que a variação do período anterior;
- Ao menos 70% das novas moléculas dos remédios introduzidos nos últimos 25 anos vieram de uma fonte natural;
- Quase 6 milhões de toneladas de peixes e outros frutos do mar foram retirados dos oceanos desde 1950.
“Somos a primeira geração que tem uma visão clara do valor da natureza e do enorme impacto que temos sobre ela. Nós também podemos ser os últimos que podem agir para reverter essa tendência. A partir de agora, até 2020, será um momento decisivo na história”, conclui o Relatório Planeta Vivo 2018.
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EcoD