Mais de dois milhões de pessoas não têm acesso seguro à água. Destas, 844 mil nem sequer dispõem dos serviços básicos relacionados à água potável; 263 mil são forçadas a fazer viagens diárias de até 30 minutos para buscá-la longe de casa; e 159 mil bebem água não tratada e não filtrada de fontes não seguras, como rios ou lagos. Estas são as vergonhosas estatísticas contidas no relatório da Organização Mundial de Saúde, re-lançado pelo Dicastério para o serviço do desenvolvimento humano integralque – em colaboração com as embaixadas junto à Santa Sé da França, Itália, Mônacoe os Estados Unidos da América – organizou em Roma a conferência sobre esse tema de dramática atualidade. Com base nos posicionamentos e contribuições fornecidos a respeito pela Igreja Católica – a parir da encíclica Laudato si’– os conferencistas pedem uma visão interdisciplinar da questão, não limitada apenas às carências das infraestruturas, das políticas e dos investimentos, mas ampliada para o papel da cultura, das religiões, da espiritualidade e da responsabilidade em todos os níveis de governo quanto à educação, à sustentabilidade, às comunidades locais, à poluição e à acessibilidade econômica.
A informação é publicada por L’Osservatore Romano, 8/9-11-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.
A abertura da conferência foi realizada pelo franciscano Leonardo Sileo, reitor do ateneu da Propaganda Fide, e pelo secretário do dicastério vaticano, Dom Bruno Marie Duffe, que falou da dimensão simbólica e espiritual da água na tradição bíblica e cristã. Quatro foram as sessões de trabalho: “Cultura e Espiritualidade”, “Um desafio internacional”, “Governança e responsabilidade” e aquela final, à noite, que terminou com a intervenção do prefeito Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson.
IHU