O alarme lançado pela FAO. No mundo é desperdiçada mais de metade das frutas e legumes


Foto: REUTERS/Jean-Paul Pelissier

Todos os anos, mais da metade das frutas e verduras produzidas no planeta é desperdiçada e mais de vinte e cinco por cento da carne abatida, o equivalente a setenta e cinco milhões de bovinos, não é consumida.

A informação é publicada por L’Osservatore Romano, 8/9-11-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

O alarme foi lançado pela Organização das Nações Unidas para a alimentação e agricultura (FAO) e pediu àqueles que ocupam cargos políticos de alta responsabilidade “para dar prioridade à redução da perda e desperdício de alimentos como meio para melhorar acesso a alimentos nutritivos e saudáveis”.

Painel Global sobre Sistemas Agrícolas e Alimentares para a Nutrição, em colaboração com a FAO, publicou recentemente um relatório sobre o tema “Prevenir a perda e desperdício de nutrientes através do sistema alimentar: ações políticas para dietas de alta qualidade” que destaca dramaticamente como uma morte em cinco no mundo pode ser associada a alimentos de má qualidade. Além disso, continua o estudo, dietas erradas representam uma ameaça maior à saúde pública do que a malária, a tuberculose ou o sarampo.

Tudo isso, é salientado no relatório, acontece enquanto um terço de todos os alimentosproduzidos no mundo para consumo humano não alcança os pratos porque acaba sendo perdido antes de ser entregue aos destinatários ou descartado como impróprio antes de ser consumido.

O relatório ressalta que alimentos como frutas, legumes, sementes, nozes, produtos lácteos, carne e peixe são ricos em nutrientes, mas também são altamente perecíveis e, portanto, susceptível de serem perdidos. Para enfrentar as diferentes formas de desnutrição e promover dietas saudáveis, defende o Diretor Geral da FAOJosé Graciano da Silva, é necessário “implementar sistemas alimentares que aumentem a disponibilidade, acessibilidade e consumo de alimentos frescos e rico em nutrientes para todos”. “Adotar atitudes específicas para reduzir as perdas e o desperdício de alimentos frescos e produtos nutritivas é uma parte fundamental desse esforço”, acrescentou.

Os especialistas propõem uma série de iniciativas políticas que abordam todo o sistema alimentar. Entre estas estão projetos de educação dos envolvidos no setor, novas disposições para garantir uma maior atenção aos alimentos perecíveis, a melhoria das infraestruturas públicas e privadas que tratam os produtos e medidas econômicas para incentivar a inovação no setor agroalimentar.

Um setor importante sobre o qual é necessária uma intervenção, diz o relatório, é aquele dos estudos para preencher as lacunas de conhecimento ainda existentes sobre o sistema de resíduos alimentares.

O membro do painel e presidente da Fundação de Saúde Pública da ÍndiaSrinath K. Reddy, ressaltou que, em sua opinião, os estudos disponíveis até agora ilustram como a “redução dos desperdícios alimentares pode desempenhar um papel fundamental na melhoria das dietas pobres e inadequadas para cerca de três bilhões de pessoas”.

IHU