Greenpeace alerta sobre ‘saturação’ mundial de resíduos nucleares


Uma piscina de resfriamento para combustíveis nucleares, em 22 de novembro de 2018 em Haia. (AFP)

O Greenpeace alertou nesta quarta-feira (30) sobre o risco de “saturação” mundial de resíduos nucleares e questionou projetos de enterramento profundo de resíduos radioativos.

O informe, encomendado pela filial francesa da ONG a vários especialistas, analisa os diversos resíduos produzidos pela “cadeia” do combustível nuclear, desde a extração de urânio até os combustíveis usados descarregados dos reatores.

Estes últimos são “os mais perigosos”, sobre os quais o Greenpeace quer chamar a atenção.

Segundo o informe, existe hoje “um estoque mundial de 250.000 toneladas de combustíveis usados altamente radioativos” distribuídos em 15 países.

A maioria destes resíduos “continua depositada em piscinas de resfriamento nos locais dos reatores”, destacou o informe. As piscinas de armazenamento são “vulneráveis” a ataques externos.

O informe aponta particularmente a França, onde o Instituto de radioproteção e segurança nuclear (IRSN) já destacou o risco de saturação das imensas piscinas de Haia onde os combustíveis irradiados das centrais são resfriados.

“Não há risco de saturação das piscinas de Haia antes de 2030”, afirmou na quarta-feira um porta-voz do grupo Orano (ex-Areva), que afirma ter 200 lugares (cada um representa cinco toneladas de combustível usado) e utilizar outros 20 suplementares por ano.

O informe se preocupa também com o “perigo potencial” da “acumulação” nas piscinas dos reatores americanos, que contêm de “três a quatro vezes mais combustível nuclear usado em uma quantidade acima do que estava previsto”.

O texto revisa em particular a gestão dos resíduos nucleares em sete países – Bélgica, França, Japão, Suécia, Finlândia, Grã-Bretanha e Estados Unidos.

AFP