Milhares de manifestantes bloquearam a circulação de veículos em alguns pontos de Londres nesta segunda-feira (15) para reivindicar um “estado de emergência ambiental”, no primeiro dia de uma ação que deve ser realizada durante toda a semana em 80 cidades de 33 países.
Estes ativistas, convocados pelo movimento Extinction Rebellion, se reuniram em vários lugares movimentados da capital britânica, como a ponte de Waterloo e a Oxford Street, ou perto de símbolos do poder político, como o Parlamento e a sede do governo.
“Por cada dia de bloqueio, a pressão contra o governo vai se intensificar. O número de dias que vamos aguentar é um elemento-chave”, declarou à AFP Larch Maxey, um dos porta-vozes do movimento.
Este ativista espera que a ação levará a uma reunião com o governo: “Se não responderem nossas demandas, continuaremos dando fôlego à mobilização”.
Nos extremos da ponte de Waterloo, mais de mil ativistas, alguns deles fantasiados, bloqueavam a circulação, e só deixavam passar bicicletas ou skates.
“Tentamos com petições, marchas, cartas, informes, reuniões e inclusive ações diretas, mas as emissões mundiais (poluentes) continuam aumentando”, explicou em um comunicado a Extinction Rebellion, um movimento internacional que chama à desobediência civil contra a inação climática.
Para esta organização, deve-se “transformar um sistema que, mesmo de forma involuntária, está destruindo nosso planeta”.
“Não temos um planeta B”, pode-se ler em alguns dos cartazes das manifestações, entre bandeiras coloridas, com o logo da organização.
A sede da petroleira Shell também foi alvo dos manifestantes, que acusaram a companhia de “ecocídio”, a “destruição de ecossistemas”, comparáveis a um “crime contra a humanidade”, segundo a organização.
Os ativistas romperam as portas de vidro de acesso do edifício e escreveram a palavra “mentiras” na fachada. Cinco pessoas foram detidas, segundo o movimento.
A Extinction Rebellion anunciou que as ações seriam realizadas em 80 cidades de 33 países até 22 de abril, no âmbito de sua “rebelião internacional”.
Na Espanha, ativistas impediram que veículos entrassem na sede da companhia petroleira Repsol em Madri.
Em Berlim, houve várias manifestações pacíficas, incluindo uma em frente ao Bundestag, onde ativistas, em sua maioria jovens, pediram que as pessoas “se rebelem para a próxima geração”. O acesso à ponte de Oberbaumbrücke, que une o leste com o sul da cidade, também foi bloqueado durante duas horas.
Ao longo da semana estão previstas ações como o bloqueio de estradas em Viena e Paris, um “acampamento pacífico” em Melbourne e uma concentração em Washington.
AFP