Por Emilie Delwarde
PARIS – Um grupo de proteção ambiental iniciou um processo alegando que vidas foram ameaçadas deliberadamente depois do incêndio que devastou a Catedral de Notre-Dame em Paris, dizendo que as autoridades não protegeram as pessoas do chumbo que se espalhou pela área.
O grande incêndio de 15 de abril derreteu centenas de toneladas de chumbo no cume e no telhado da catedral. Níveis anormalmente altos de chumbo foram detectados no ar e perto de edifícios, inclusive escolas primárias, mais tarde.
O grupo ativista Robin des Bois iniciou uma ação civil datada de 26 de julho contra pessoas desconhecidas, alegando que as autoridades parisienses estavam cientes de que o fogo dispersou grandes quantidades de chumbo no ar e que o elemento é tóxico.
As autoridades não providenciaram alertas adequados sobre um possível envenenamento de chumbo aos moradores, turistas e trabalhadores do local antes e depois do incêndio, diz o processo.
Por causa das ações oficiais, houve exposição a resíduos tóxicos e “vidas foram postas em risco deliberadamente”, disse o Robin des Bois em queixa apresentada ao procurador de Paris. A prefeitura não quis comentar. Agora o procurador determinará se a queixa justifica uma investigação mais a fundo.
Autoridades de saúde disseram que pessoas que moram e trabalham na vizinhança da catedral foram mantidas informadas sobre os riscos e as medidas de segurança. Moradores próximos foram orientados a limpar superfícies com um pano úmido.
Em junho, depois que níveis anormalmente altos de chumbo foram detectados em uma criança, gestantes e crianças pequenas foram convidados a fazer exames para analisar o nível de chumbo em seu sangue.
Em 25 de julho, mais de três meses após o incêndio, o chefe do Departamento de Paris suspendeu o trabalho de reforma da catedral até que medidas de descontaminação mais robustas sejam adotadas. No mesmo dia, o escritório da prefeita fechou temporariamente uma creche e uma escola primária para uma “limpeza profunda” depois da detecção de níveis altos de chumbo.
Reuters