O desmate do Cerrado neste ano foi o menor registrado desde o início da série histórica, em 2000, embora se mantenha ainda em patamar muito alto. Os dados são do Projeto de Monitoramento do Desmatamento (Prodes), divulgados na segunda-feira (16), pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A destruição nas áreas protegidas, no entanto, aumentou 15%.
Ao todo, entre agosto de 2018 e julho de 2019, foram desmatados 6.484 quilômetros quadrados – redução de 2,26% em relação ao período anterior. Ainda assim, segundo especialistas, a área corresponde a quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Para o WWF-Brasil, o Cerrado vive tragédia silenciosa e está em risco de extinção.
Os números mostram que a quantidade de vegetação nativa retirada nas unidades de conservação cresceu. De agosto de 2018 a julho de 2019, foram desmatados 517,3 quilômetros quadrados de mata protegida.
A área do Cerrado abrange os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná e São Paulo, além do Distrito Federal. O Tocantins foi o estado que mais desmatou, seguido de Maranhão e Bahia.
“O que a gente percebe é que o desmatamento é extremamente concentrado nesses três estados, a nova fronteira agrícola brasileira, que é onde ainda tem Cerrado para ser desmatado”, afirmou Claudio Almeida, do Inpe, um dos coordenadores do Prodes.
O desmatamento, ainda segundo Almeida, está abaixo da meta estabelecida pelo governo, de 9,5 mil quilômetros quadrados. “Estamos cumprindo a meta, mas, obviamente, o ideal seria conseguir impedir qualquer desmatamento ilegal”, disse. “Sabemos que pelo menos 10% desse desmatamento é ilegal porque foi feito em áreas de conservação.”
Procurado para comentar os dados, o Ministério do Meio Ambiente não se manifestou.
Agência Estado