Por Nathália Siqueira de Paula
Um dos desafios enfrentados por estudiosos deste século é, sem dúvida, estabelecer um ponto de equilíbrio entre o crescimento dos grandes centros urbanos e a proteção ambiental, implementando-se um desenvolvimento sustentável. Antes de discutirmos a temática, cumpre-nos ressaltar que, para a sociedade ser ordenada e harmônica, é indispensável que existam ações que envolvam políticas urbanas, bem como atitudes locais compatíveis com a sustentabilidade.
O termo sustentabilidade está longe de se tornar um conceito fechado, haja vista a sua multidimensionalidade. A sustentabilidade envolve aspectos ambientais, sociais, econômicos, culturais e até mesmo jurídicos, que precisam ser satisfeitos de forma equitativa. De pouco adianta uma determinada cidade ser desenvolvida do ponto de vista econômico e a desigualdade social ser alarmante. Aparentemente, as ideias de preservação socioambiental, crescimento econômico e urbano indicam uma contradição. Entretanto, para falarmos de sustentabilidade, “a cidade, a natureza e a economia” não podem ser considerados como elementos dissociados, sendo assim pensados conjuntamente.
Pode-se dizer que os grandes centros urbanos têm se tornado o palco de necessárias discussões socioambientais, o que acontece por vários fatores, dentre eles, o fato de concentrarem um maior número de habitantes e apresentarem um crescimento acelerado. Tal situação acaba se tornando um problema para a administração pública e também para a sociedade de uma forma geral, especialmente quando o crescimento não está vinculado a uma política urbana sustentável que deve se preocupar com as presentes e futuras gerações.
É importante ressaltar que nem tudo o que existe ou foi criado é “para utilização imediata do homem”. O consumo desenfreado dos recursos naturais acaba gerando prejuízos irreversíveis à sociedade. Para que isso não ocorra é necessário que a política, a cultura e a economia dos centros urbanos sejam construídas a partir de uma ética socioambiental bem lapidada por meio da educação, mas, sobretudo que sejam disseminadas atitudes locais para que o ser humano, posteriormente, venha a reconhecer universalmente a necessidade de manter e cuidar do meio em que está inserido, em todas as suas dimensões. Portanto, não é possível ter uma sociedade justa se os valores socioambientais não forem considerados ou praticados por seus indivíduos.
Pensando o desenvolvimento sustentável, o Movimento Ecos visa contribuir de forma positiva com a implementação de ideias e atitudes que incentivam e auxiliam na construção da educação socioambiental, efetivando valores e princípios que têm o objetivo de inserir uma nova ética no que diz respeito ao uso racional e consciente dos recursos naturais.
O Movimento Ecos incentiva alunos de escolas públicas e privadas de Belo Horizonte e Região Metropolitana na criação de meios alternativos para a proteção e manutenção do meio ambiente, dando liberdade à criatividade dos estudantes, respeitando a diversidade cultural de cada indivíduo, permitindo assim, o protagonismo na comunidade escolar.
As construções sustentáveis, portanto, somente serão possíveis quando as ações dos indivíduos estiverem voltadas para o uso racional dos recursos naturais e para as boas práticas sociais. Assim, para que haja equilíbrio entre a utilização e a disponibilidade dos elementos naturais, o desenvolvimento tecnológico e econômico, um conjunto de ações deve ser praticado por cada um e não só pelo Estado. Uma cidade sustentável depende de educação ambiental e de ações conjuntas, capazes de produzir resultados positivos aptos a alcançarem uma mudança com eficiência universal.
REFERÊNCIAS
MILARÉ, Édis; MACHADO, Paulo Afonso Leme. Direito Ambiental: fundamentos do direito ambiental. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.
RAWLS, John. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2008.