A emissão de gases de efeito estufa atingiu no ano passado o nível mais alto da história, aponta o relatório Estado do Clima, divulgado na segunda-feira (12), pela Sociedade Americana de Meteorologia (AMS, na sigla em inglês). Segundo o estudo, a concentração anual média global de CO2 foi de 407,4 partes por milhão (ppm) – 2,4 ppm acima do valor registrado em 2017.
O levantamento do órgão americano afirma ainda que 2018 foi o quarto ano mais quente, atrás de 2015, 2016 e 2017. No ano passado, a temperatura média global da superfície foi de 0,30ºC a 0,40ºC acima do registrado entre 1981 e 2010.
“O relatório constatou que os principais indicadores da mudança climática continuaram refletindo tendências de um planeta em aquecimento”, afirmaram, em nota, os Centros Nacionais de Informações Ambientais da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), responsáveis pelo estudo. “Vários índices, como o nível do mar e as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera mais uma vez quebraram recordes estabelecidos apenas um ano antes.”
Esta foi a 29ª edição anual do relatório, elaborado com base em contribuições de 470 cientistas de 60 países.
América do Sul e Brasil
O estudo traz destaques sobre o clima por regiões do planeta. Sobre a América do Sul, o relatório aponta que houve um recorde de sete eventos extremos de queda de neve no centro e no sul dos Andes peruanos durante o inverno de 2018. Essas ocorrências contribuíram para o inverno mais chuvoso da região em 19 anos.
Já sobre o Brasil, o relatório afirma que as condições de seca observadas no Nordeste desde 2012 persistiram até 2018, mas com menor intensidade. E, no Sudeste, São Paulo viveu o verão mais seco desde 2003.
“As condições extremas de seca provocaram incêndios florestais que afetaram os campos de cultivo e as áreas protegidas”, disse o estudo ao analisar os fenômenos climáticos no país.
Agência Estado