O camu-camu não poderia começar com letra mais adequada. Por quê? A fruta, originária da Amazônia, além de ser rica em aminoácidos e flavonóides (componentes de baixo peso molecular) tem uma grande concentração de vitamina C, que chega a ser maior que a da laranja.
Para cada 100g de laranja, há 0,52g de vitamina C, enquanto que a mesma quantidade de uma polpa de camu-camu possui 2,5g do nutriente. Outra diferença entre as duas frutas é que o fruto amazônico não perde os nutrientes quando exposto ao sol.
“Uma polpa de 100 gramas de camu-camu tem 2% de vitamina C. Na laranja, que é conhecida por esse potencial, o nutriente é facilmente perdido se exposto a temperaturas acima de 80° C. Com o camu-camu, dá até para fazer geleia”, explicou ao portal G1, o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Kaoru Yuyama.
O alto valor nutricional da iguaria da Amazônia fez pesquisadores pensarem na evolução do cultivo e o desenvolvimento do agronegócio relacionado a fruta. “Em São Paulo, há dois mil hectares de plantações de camu-camu", afirmou Yuyama.
O Inpa tem realizado estudos sobre o fruto em países amazônicos, porém, Manaus lidera as pesquisas. Segundo as análises, a iguaria, que em estado silvestre se reproduz apenas uma vez no ano, está se desenvolvendo três vezes durante os 12 meses. "Em rios, demora para se multiplicar, mas esse número aumenta em terra firme nos meses de março e setembro", comentou o pesquisador.
Apesar da liderança nos estudos, Manaus não tem o camu-camu inserido no cardápio alimentar da população, mas a fruta pode ser encontrada à venda nas feiras junto com outros frutos, observou Yuyama, durante as visitas técnicas para a pesquisa.
Curiosidades
– O camu-camu ainda não é patenteado pelo Brasil;
– A fruta é da mesma família da goiaba e da jabuticaba;
– A vitamina C encontrada no fruto atua na síntese de colágeno (por isso tem sido aproveitado na indústria de cosméticos);
– Os flavonóides, também presentes no camu-camu, atuam na prevenção do câncer;
– A fruta também é conhecida como caçari e araçá-d´água.
Fonte: Eco Desenvolvimento