Poluição é obstáculo invisível para atletas em Londres


Os mais de 10 mil atletas, oriundos de 205 países, enfrentam nos Jogos Olímpicos de Londres um desafio a mais: vencer a poluição. A qualidade do ar da capital britânica chegou a níveis alarmantes na véspera do início da competição, quebrando a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e preocupando a organização dos jogos.

A poluição por ozônio, crônica em Londres, pode prejudicar a performance dos atletas e até mesmo reduzir as possibilidades de se quebrar recordes, segundo informou uma equipe de pesquisadores da King´s College University.
 


De acordo com eles, o nível elevado da substância dificultaria a absorção de oxigênio, reduzindo o desempenho dos competidores, principalmente de modalidades mais aeróbicas e de resistência, como ciclismo, corrida, natação e vela. Os atletas são especialmente vulneráveis à poluição porque respiram uma grande quantidade de ar rapidamente ao longo de várias horas.

No Sul da Inglaterra, a concentração de Ozônio chegou a 190 microgramas por metro cúbico, quase o dobro do estabelecido pela OMS (100). O aumento nos níveis de ozônio é causado pelas altas temperaturas, que esquentam os poluentes industriais e do trânsito.

Poluentes

Em relação à poluição atmosférica, Londres é uma das cidades mais sujas da Europa. Nem o rodízio de veículos, adotado há oito anos no Centro, conseguiu solucionar a questão. Além do ozônio, a capital britânica é assolada por poluentes como partículas de fuligem e dióxido de nitrogênio, cujas concentrações são as piores entre todas as capitais na União Europeia.

Para minimizar o problema, ao menos durante os jogos, o governo britânico investiu em uma solução química capaz de atrair partículas de poeira fina do ar e prendê-las ao asfalto. Após serem capturados pela solução de acetato de magnésio, os poluentes são recolhidos pelo tráfego ou lavados pela chuva.

 

Emissões olímpicas

Os aviões usados por atletas, dirigentes e torcedores vão responder por mais da metade (52%) das emissões de gases de efeito estufa durante os Jogos Olímpicos de Londres. O inventário foi feito pela consultoria Best Foot Forward a pedido da organização dos jogos.

Além dos deslocamentos, os cálculos consideram, entre outros fatores, as novas instalações e o consumo adicional de energia nos hotéis. Ao todo, as emissões associadas a todos os meios de transporte representam cerca de 400 mil toneladas de CO2. Londres deve receber mais de dois milhões de visitantes ao longo do evento.

Fonte: Eco Desenvolvimento