Por Gerry Shih
Enquanto o furacão Sandy castigava a Costa Leste dos EUA, afetando a rede elétrica e as conexões de internet, milhões de moradores recorreram ao Twitter, em parte para se informar, em parte para pedir socorro.
Mas a rede social também se tornou terreno fértil para trotes que disseminavam boatos ou fotos manipuladas, como a que mostrava a bolsa de Nova York inundada.
A bolsa desmentiu o fato, mas só depois de o tuíte ser replicado incontáveis vezes, chegando até a ser noticiado pela CNN, num episódio que mostra como o serviço de microblogs se tornou um meio essencial nas grandes coberturas da mídia, ainda que altamente falível.
Desde a noite de domingo, autoridades dos EUA vêm usando o microblog para orientar moradores sobre a desocupação de áreas ameaçadas. Quando a tempestade chegou, as linhas do telefone 911 (emergências) ficaram congestionadas em Nova York, levando muitos moradores a enviarem mensagens para a conta do Corpo de Bombeiros no Twitter (@fdny) pedindo informações e socorro para pessoas ilhadas.
Emily Rahimi, que, segundo os bombeiros, gerencia sozinha a conta @fdny, encaminhou com tranquilidade dezenas de pedidos de ajuda, ao mesmo tempo em que orientava usuários com dúvidas sobre ligar para o serviço 311 (atendimento não-emergencial da prefeitura) ou para a empresa elétrica ConEd.
Na sede norte-americana da Cruz Vermelha, em Washington, uma pequena sala batizada de Centro de Operações Digitais contém um mosaico com seis monitores mostrando atualizações do Twitter e Facebook, e um "mapa de calor" mostrando a origem das postagens, balizando a mobilização de recursos da entidade.
"Percebemos que podemos realizar a missão da Cruz Vermelha a partir das redes sociais", disse Wendy Harman, diretora de estratégia social da agência, que na terça-feira recebeu uma rápida visita do presidente Barack Obama.
Por causa da tempestade, o Twitter criou a página de evento chamada #Sandy — formato antes reservado apenas a grandes eventos patrocinados, como a Olimpíada ou as corridas da Nascar. A ideia é que a página congregue pessoas que procuram informações sobre o evento, exibindo tuítes selecionados (manualmente ou por um algoritmo) de contas oficiais, como a do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, e do governador de Nova Jersey, Chris Christie, que esteve particularmente ativo na rede durante a tempestade.
Fonte: Reuters