Para combater problemas de nutrição entre povos tradicionais e comunidades quilombolas, o projeto de Segurança Alimentar para Povos e Comunidades Quilombolas do estado de Tocantins tem investido no incentivo da criação de roças comunitárias. Recentemente, 117 famílias quilombolas do estado terão adubo, mudas e instrução para construir suas próprias roças e combater o problema da insegurança alimentar – situação em que o indivíduo não tem acesso à alimentação de qualidade nutritiva necessária.
O projeto vai dar suporte para que esse público desenvolva atividades produtivas agroecológicas de mandioca, feijão, abóbora e hortaliças, por exemplo. Com isso, cerca de sete municípios serão atendidos, informou o Portal Brasil. Por estarem mais distantes dos centros, essas comunidades costumam ter uma relação com a terra mais forte. Além disso, a manutenção da agricultura entre eles ajuda a preservar tradições culturais de matrizes africanas.
Os quilombolas em sua maioria estão inseridos em regiões consideradas pobres e com baixo desenvolvimento de saneamento. No entanto, eles possuem técnicas agrícolas no sentido de produzir mais em menos tempo. Por viveram em grandes grupos, não falta mão de obra, e, desde os tempos de escravidão, o cultivo de alimentos para o próprio consumo ajudou essas comunidades a sobreviverem à fome, como mostra o site Meio Ambiente.
Auto-consumo
A auto-consumo ( produzir seu próprio alimento) há algum tempo deixou as cidades interioranas, os povos tradicionais e já divide espaços antes ocupados apenas por plantas ornamentais. Hoje, reforça a nacessidade de trazer para as cidades algo que está muito atrelado ao campo: a produção de alimentos mais próxima do seu consumidor.
E não estamos falando em produção de larga escala, é possível criar hortas em ambientes de diversos tamanhos, inclusive verticais, usando sacos o embalagens PET. Cidades grandes em todo o mundo já aderem ao movimento de urbanizar a agricultura, a exemplo de São Paulo e Rio de Janeiro.
Essa iniciativa gera mais saúde para os moradores, reforça os vínculos comunitários e pode ajudar a população a economizar na alimentação.
Hortas Paulistas
A mais recente horta comunitária criada na maior capital do país é a Horta dos Ciclistas, inaugurada em 8 de junho, ela fica na Praça dos Ciclistas, em plena Avenida Paulista. O projeto é fruto do trabalho do Movimento Hortelões Urbanos que ajuda pessoas a começar a cultivar alimentos em casa e em espaços públicos.
Mas a maior horta criada pelo movimento foi feita na praça principal do bairro Vila Madalena, a Horta das Corujas. Existem regras de cultivos para a manutenção dos vegetais e perenidade da plantação, mas o acesso ao alimento é aberto a todos os moradores.
Há hortas também na Vila Pompéia, esta criada pelos próprios moradores, segundo o Instituto BrookField. Foram 50 pessoas mobilizadas para coletar as mudas e fazer o tratamento de terra.
Cariocas
No Rio de Janeiro em diversas lajes de casas no Chapéu da Mangueira e Babilônia são construídas hortas, como informou o site O Eco. Mas a mais conhecida dos cariocas é a Horta Comunitária da Cidade de Deus construída em 2009 e que recentemente recebeu recursos do governo para a aquisição de equipamento que ajudam no cuidado da terra.
Pensando que 80% da população mundial viverá nas cidades até 2030, usar a cidade para produzir alimentos mostra-se uma saída para utilização de menos agrotóxicos, informou o Endeavor. Por isso a agricultura em espaços urbanos é uma tendência mundial.
Fonte: Eco Desenvolvimento