Degelo no Ártico deve custar ao mundo 60 trilhões de dólares


O Ártico está derretendo e o preço desse processo não é nada "em conta", principalmente para países em desenvolvimento – isto inclui o Brasil. O total do prejuízo está estimado em 60 trilhões de dólares (cerca de R$ 120 trilhões), mas 80% desse valor será pago pelas nações da América do Sul, África e Ásia. Os danos causados ao polo se estenderão nos próximos 80 anos, anuncia o artigo O vasto custo das mudanças no Ártico, publicado na revista científica Nature.

Mas como e de que maneira pagaremos este preço? Gastando com políticas e ações para amenizar os efeitos das secas, das enchentes, das tempestades, prejuízos dos agricultores, seja no preço da mercadoria ou por meio de ações do governo; e mais ainda com remédios e hospitais para atender os problemas de saúde decorrentes de todos esses fenômenos climáticos.

"O desaparecimento iminente do gelo marinho de verão no Ártico terá enormes implicações para a aceleração das mudanças climáticas e a liberação de metano das águas, que agora são capazes de aquecer no verão", explica o professor Peter Wadhams , chefe do grupo de física oceano polar da Universidade de Cambridge, em entrevista ao The Guardian.

Os dados de satélite recolhidos a partir do Centro de Dados em Boulder, Colorado (EUA), mostrou que a perda de gelo poderá ser acelerada e chegar a 8,2 milhões quilômetros quadrados até 2020. Para se ter ideia, de 1º de julho ao dia 15, uma área de mais de 130 mil km² de gelo marinho foi derretida. Usando a tão conhecida comparação com campos de futebol, isso equivale a mais de 120 espaços desses, considerando os maiores aceitos pela Fifa (120m x 90m).

 

Navegações

O que mais preocupa os cientistas são as navegações que utilizam a região para economizar no uso do combustível, mas, para isso, esses realizam o chamado corta-gelo, que consiste exatamente no que propõe o nome. Além do próprio fenômeno de degelo que vem do aquecimento global, a quebra desse blocos por ações diretas das tecnologias aumenta a emissão de metano que é o maior causador do derretimento.
 


De acordo com autoridades russas, 218 navios da Coreia do Sul, China, Japão, Noruega, Alemanha e em outros países, até agora, pediram permissão para seguir a "rota marítima do Norte" (NSR) este ano. Em 2012, o percurso foi feito por 46 embarcações. Em 2011, apenas por quatro navios.

Fonte: Eco Desenvolvimento