Um novo estudo da empresa de análise de riscos Maplecroft revelou nesta quarta-feira (30) que mais de 60 países, cuja produção econômica chega a US$ 44 trilhões, correm o risco de enfrentarem problemas devido a eventos climáticos extremos até 2025.
O Atlas de Risco de Mudanças Climáticas e Ambientais indica que muitos países, que somam 31% do PIB mundial, terão que lidar com mais tempestades, enchentes e/ou secas nas próximas três décadas, correndo o risco de prejudicarem sua economia.
O relatório considera diversos fatores para avaliar os riscos de cada país: exposição aos eventos climáticos extremos, infraestrutura, capacidade adaptativa das populações, segurança dos recursos e eficiência do governo.
O país considerado mais ameaçado foi Bangladesh, seguido por Guiné-Bissau, Serra Leoa, Haiti, Sudão do Sul, Nigéria, Congo, Camboja, Filipinas e Etiópia. Contudo, o índice também classificou a Índia e a China, duas das principais economias do mundo, como países com risco alto e médio, respectivamente. Até 2025, o PIB da China deve chegar a US$ 28 trilhões, e o da Índia, a US$ 5 trilhões, totalizando 23% da produção econômica mundial.
Na China, a Maplecroft afirma que o centro de produção manufatureira do país, que engloba as cidades de Guangzhou, Dongguan e Foshan, está entre os mais expostos aos riscos físicos de eventos climáticos extremos.
Outros grandes centros urbanos do mundo que estão expostos são Dhaka Mumbai, Manila e Bancoc. Apenas poucos municípios grandes, como Londres e Paris, foram considerados como de baixo risco.
Em se tratando de região, o Oeste da África e o Sahel são as que enfrentam os maiores níveis de risco, e a Nigéria, maior economia africana, é o sexto país mais vulnerável ao clima em todo o planeta.
E segundo James Allan, diretor de meio ambiente da Maplecroft, não são apenas as populações locais as únicas em perigo.
“Com as marcas globais investindo pesadamente em mercados de crescimento mais vulnerável para aproveitar o poder de compra das crescentes populações de classe média, estamos vendo uma crescente exposição dos negócios a eventos climáticos extremos em muitos níveis, incluindo suas operações, cadeias de suprimento e base de consumidores”, colocou Allan.
“O ciclone Phailin [que atingiu a Índia] demonstra a necessidade vital de as empresas monitorarem a mudança de frequência e intensidade dos eventos climáticos, especialmente onde a infraestrutura e logística são fracas”, acrescentou ele.
Fonte: Instituto Carbono Brasil