A falta de medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa pode custar até US$ 150 bilhões ao ano para a economia americana, alertou a Casa Branca nesta terça-feira em um relatório sobre as consequências econômicas da inação diante das mudanças climáticas.
Os custos de um atraso nos esforços de redução das emissões que fazem aumentar as temperaturas mundiais em 3ºC com base em níveis pré-industriais – acima do limite de 2ºC defendido pela ONU – chegariam a 0,9% do PIB, o correspondente a US$ 150 bilhões, destacou o informe do Executivo americano.
"Os custos relacionados a um grau adicional de aquecimento além dos 3ºC poderiam ser amplamente superiores", acrescentou o documento, que se baseou em estudos existentes, lembrando que a temperatura média nos Estados Unidos na década passada foi 0,8ºC superior à da média no período entre 1901 e 1960.
"Além disso, estes custos não são únicos, mas se acumulam ano após ano devido aos prejuízos causados por mudanças climáticas crescentes", acrescentou a Casa Branca, que admitiu a existência de um intenso debate no país sobre o fato de saber "se é necessário agir agora para conter as mudanças climáticas ou adiar as medidas para mais tarde".
O presidente Barack Obama, que fez do combate às mudanças climáticas uma de suas promessas de campanha em 2008, tem enfrentado a oposição do Congresso, dominado pelos republicanos, para aprovar medidas neste sentido.
Em 2009, ele prometeu reduzir em 17% as emissões do país até 2020 com base nos níveis de 2005.
No começo de junho, passou à ofensiva, ao anunciar novas normas para as emissões de centrais elétricas, visando particularmente o carvão, a energia fóssil que mais emite gases estufa.
A Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) propôs uma redução drástica das emissões de CO2 para todas as usinas existentes, com uma baixa de 30% até 2030 com base em 2005.
Esta regulamentação deverá ser finalizada dentro de um ano, período durante o qual a EPA vai organizar vários debates públicos sobre o tema.
O clima é uma questão politicamente sensível nos Estados Unidos, onde os republicanos contestam as mudanças climáticas, enquanto outros se questionam sobre a responsabilidade das atividades humanas no fenômeno.
Segundo o relatório, a década passada foi a mais quente já registrada nos Estados Unidos e no mundo todo.
Fonte: AFP