Atividades alertam para impactos da poluição


Famílias que tiraram este domingo (17) para passear na Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro, na zona sul, aprenderam sobre a preservação do meio ambiente. Em meio as atividades do Dia de Combate à Poluição, comemorado na última semana, técnicos da Secretaria Estadual do Ambiente mostram como funcionam equipamentos de medição da poluição da água, do ar e educadores ambientais falaram às crianças menores sobre espécies ameaçadas no estado.

Depois de participar de uma roda de músicas sobre o impacto da poluição aos animais, Rosane Silva, de 18 anos, que esteve no local junto com colegas da escola, ficou impressionada em saber que um saco plástico no mar pode levar uma tartaruga à morte. “Gostei também de saber que a Baía de Guanabara já chegou a ter boto e golfinho”. Ontem, segundo os especialistas, a poluição afastou os animais, que raramente são vistos nestes habitats.

Responsável pelo controle da qualidade da água no estado, André Leone, da Gerência de Avaliação Qualitativa da Água, da Secretaria do Ambiente, mostrou no local o aparelho que mede a poluição em rios e praias, para evitar qualquer risco à saúde ou ao abastecimento. “O maior problema de contaminação que temos hoje é a questão (da ausência) de saneamento”, acrescentou. O esgoto, sem tratamento, contamina a água e causa uma série de doenças aos animais e aos humanos.

Quem também aproveitou as dicas sobre a poluição foi o jovem Vinícius da Cruz Martins, de 10 anos. O menino esteve com a mãe nas tendas de educação ambiental e se disse atento aos impactos da poluição na fauna e flora. Sugere que as pessoas comecem por não jogar lixo nas ruas e separar os materiais entre descartáveis ou não. “Lixo, nunca na rua. Para quem joga no chão recomendo que ande até uma lata de lixo”, defendeu.

Apesar das ações de educação ambiental, o ecologista Sérgio Ricardo avalia que é preciso ampliar as discussões sobre o modelo de desenvolvimento econômico no estado do Rio. Segundo ele, o governo optou por investir no transporte rodoviário e em grandes empreendimentos, que geram grande poluição e afetam a saúde de crianças e idosos, principalmente.

“O modelo rodoviário que vem sendo implementado há muitos anos foi incrementado com o pacote olímpico (uma série de obras para viabilizar as Olimpíadas de 2016), as trans (vias expressas para o transporte coletivo), a (Via) Binário (do Porto) e o parque industrial na Baía de Sepetiba e na Baía de Guanabara que são as principais fontes de poluição hoje”, afirmou.
 


Sérgio Ricardo destaca que a poluição na região metropolitana fluminense é considerada crítica por estudos que datam 1996 e poucas medidas foram tomadas para reverter o quadro.

Para ele, que também é gestor ambiental, faltam ainda investimentos em usinas de energia de lixo e em parcerias com catadores de material reciclável. Os aterros sanitários e o lixões existentes, explica, são os maiores geradores de gás metano, causador do efeito estufa.

Procurados, os gestores da Secretaria do Ambiente e do Instituto Estadual do Ambiente não comentaram as críticas do ambientalista alegando restrições de campanha eleitoral.

Fonte: Agência Brasil