Os investimentos em energias limpas alcançaram 310 bilhões de dólares no mundo em 2014, 16% a mais que no ano anterior, graças a um empurrão de Brasil, China e Estados Unidos e os parques eólicos marinhos.
Esta quantidade se aproxima do recorde histórico de 2011, de 317,5 bilhões de dólares, segundo um informe publicado esta sexta-feira pela Bloomberg New Energy Finance (BNEF).
A China, com investimentos de US$ 89,5 bilhões, lidera a lista, uma cifra 32% maior que a anterior.
Nos Estados Unidos, os investimentos aumentaram 8% até US$ 51,8 bilhões.
Mas a alta mais espetacular foi registrada no Brasil, com um aumento de 88%, a US$ 7,9 bilhões.
Ao contrário, os investimentos na Europa, "apesar do entusiasmo suscitada pela energia eólica marinha, estão quase paradas, com uma alta de 1% para US$ 66 bilhões de dólares", disse BNEF em um comunicado.
Logicamente, são os grandes projetos de desenvolvimento de novas capacidades de energias renováveis os que representam a maior parte destes investimentos (US$ 170,7 bilhões).
Destacam-se, ainda, as pequenas instalações descentralizadas de produção energética, como os painéis solares instalados nos tetos dos edifícios e a pesquisa pública e privada e os projetos de redes inteligentes.
A solar é a principal, pois concentra mais da metade dos investimentos, um recorde, seguido pela eólica e as tecnologias inovadoras, como as redes inteligentes, reservas de energia, etc.
Ao contrário, os investimentos diminuíram sutilmente em biocombustíveis (-7%), biomassa (-10%) e pequenas hidrelétricas (-17%).
Prova do interesse pelas energias limpas, as empresas especializadas suscitaram o interesse dos mercados financeiros. Suas ações registraram um novo pico em sete anos, a US$ 18,7 bilhões, 52% a mais do que em 2013, segundo o BNEF.
As emissões da dívida 'verde' (destinadas a financiar projetos relacionados com o meio ambiente) também tiveram resultados em 2014 nunca vistos, com US$ 38 bilhões, duas vezes e meia mais que em 2013.
Apesar destes dados positivos, 2015 se anuncia incerto pela queda dos preços do petróleo, um fator pouco favorável a priori para os investimentos nas renováveis.
"O impacto de um petróleo mais barato será sentido mais no setor do transporte rodoviário do que na produção de eletricidade", disse, no entanto, Michael Liebrich, diretor de BNEF, citado no comunicado.
Fonte: AFP