Veja 12 tendências de sustentabilidade e oportunidade de negócios para 2014


Originalmente publicado no blog do Sebrae-SC. -> O Centro Sebrae de Sustentabilidade, em parceria com o SIS – Sistema de Inteligência Setorial do Sebrae, elaborou uma lista de 12 tendências de sustentabilidade e oportunidade de negócios para as micro e pequenas empresas aproveitarem em 2014.

Confira as dicas e saiba  como tornar sua empresa mais competitiva no mercado.

 

#1 Crescimento sustentável dos negócios

A lógica do crescimento aliado à conservação tem levado muitos empresários a adotar práticas sustentáveis, especialmente em setores com alta demanda por recursos naturais. Reaproveitamento da água, eficiência energética, gestão de resíduos sólidos são exemplos de como empresas podem reduzir desperdícios, preservar o meio ambiente e ampliar o seu potencial de crescimento.

 

#2 Sustentabilidade na cadeia produtiva

A procura das grandes empresas por fornecedores sustentáveis tem ampliado a criação de negócios que atendam estas expectativas. Alinhar os compromissos do pequeno negócio e adotar princípios de responsabilidade socioambiental são formas de ampliar o valor e alavancar parcerias no segmento atuante.

 

#3 Preocupação com o clima

A neutralização de carbono tem alavancado ideias de negócios e gerado vantagem competitiva também para os pequenos negócios. Dados do CDP (Carbon Disclosure Project) apontam que 29% dos pequenos negócios que diminuíram suas emissões de CO2 economizaram juntos cerca de R$ 13,7 bilhões em 2012.

 

#4 Ecoeficiência

O termo ecoeficiência diz respeito ao uso inteligente dos recursos. Empresas ecoeficientes reduzem impactos nos sistemas de produção através de redução e otimização. Isto envolve eficiência energética, como o aproveitamento da luz do sol nos ambientes e uso de fontes de energia renovável, gestão de água e também a reciclagem de resíduos sólidos, que atende, em alguns casos, a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

 

#5 Talentos verdes

Profissionais envolvidos com aumento de eficiência nos negócios por meio da redução de impactos estão cada vez mais valorizados. No Brasil existem 16,4 milhões de empregos potencialmente verdes e que compõem mais de 69% da mão de obra de 20 setores de atividade econômica. Urge a necessidade de capacitação e treinamento na área.

 

#6 A era do acesso

O tradicional produto comercializado em pontos de venda (físicos ou digitais) está passando por transformação. Nesta nova economia, surgem empresas que praticam leasing, alugam ou cobram taxas para utilização do bem. O “possuir” passa a ser substituído pelo “usufruir”. Por exemplo, empresas de compartilhamento de bicicletas em áreas públicas.

 

#7 Nem segundo, nem terceiro setor: Negócios 2.5

Empresas 2.5 são aquelas que atuam com fins lucrativos por meio do foco social. São formatos de negócio que buscam a gestão profissionalizada, bem-estar da população, assim como promovem aumento da fonte de renda e o acesso aos serviços essenciais para os setores de baixa renda. Por exemplo, comunidades de costureiras, artesanato e catadores de sucata. Distribuição no Brasil: 39% concentram-se na região Sudeste; 26% na região Sul; 24% na região Nordeste; 7% na região Norte e 4% na região Centro-Oeste.

 

#8 Licenciamento ambiental e relatórios de sustentabilidade

Adotar práticas de preservação ambiental e comunicá-las passa a ser condições do mercado também para pequenos negócios. A licença ambiental é uma das ferramentas que fundamenta a operação da empresa e permite tomar conhecimento das possíveis fontes de poluição e de riscos existentes. A apresentação de relatórios é uma oportunidade de comunicação com os consumidores, cada vez mais preocupados com a sustentabilidade.

 

#9 A feminização da economia

O número de mulheres empreendedoras no Brasil chega a 51% do contingente (Global Entrepreneurship Monitor). Mais mulheres nos empreendimentos, mais mulheres também no mercado consumidor, que se fortalece com as decisões de compra.

 

#10 Vantagem colaborativa

A ótica da competição é substituída pela colaboração. As novas tecnologias, os sistemas open-source, o fenômeno das redes sociais e das novas mídias, plataformas de inovação aberta, têm trazido fluidez e flexibilidade na administração das empresas, fazendo com que as parcerias tragam mais vantagens.

 

#11 Sustentabilidade interior

A correria da vida moderna tem levado cada vez mais consumidores a buscar bem-estar interior e saúde através de produtos e serviços. A sustentabilidade surge aliada à dimensão social, e novos negócios como clínicas, spas, academias e espaços voltados a atender esta demanda ganham visibilidade no mercado.

 

#12 Brasilidade

A afirmação da identidade brasileira, de acordo com especialistas, passa pela marca “Brasil Sustentável”.  Marcas brasileiras que expressam a brasilidade têm se tornado símbolos globais, e os pequenos negócios com sabor, aroma e tom do Brasil irão alavancar de forma significativa, principalmente frente aos grandes eventos da Copa, em 2014, e Olimpíadas, em 2016.

 

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Foto: Reprodução

Fonte: Agenda Sustentabilidade

Cinco livros de sustentabilidade para começar bem a leitura profissional de 2014


por Ricardo Voltolini

Entre as boas resoluções de início de ano, poucas acrescentam mais valor à carreira e à  formação de um profissional do que atualizar o repertório de ideias e conhecimentos. Janeiro é um bom mês para ler – ou começar a ler – aqueles livros importantes relacionados aos temas da sustentabilidade que você deixou de comprar, mas que podem fazer diferença no seu desenvolvimento. De uma farta lista de possibilidades, recomendo cinco livros básicos, nem todos lançados em 2013.

1) A Terceira Revolução Industrial

Comece a jornada com um clássico: A Terceira Revolução Industrial, (M.Books/2012), de Jeremy Rifkin. O autor, sabe-se, é um dos pensadores sociais mais influentes do mundo – alguns primeiros-ministros europeus, não por acaso, o têm na conta de conselheiro. E é também – vale destacar – um dos mais prolíficos.

Escreveu 18 livros que frequentam a cabeceira dos principais tomadores de decisão no mundo. Nesta nova obra, ele sugere, com o costumeiro brilho, que uma combinação de internet com energias renováveis – o binômio energia-comunicação – ajudará a construir a chamada terceira revolução industrial.

Entre as ideias discutidas, merece destaque a de redes distribuídas de energia. Rifkin acredita que as pessoas produzirão a sua própria energia verde em casa, nos escritórios e fábricas. E mais do que isso, vão compartilhá-la com outros indivíduos por meio de uma espécie de “internet da energia”.

Para o pensador norte-americano, a colaboração geradora de capital social e o poder lateral – menos hierarquizado, com as pessoas participando ativamente da produção de riqueza – determinarão uma nova maneira de governar a sociedade, educar crianças, participar da vida cívica e gerir empresas, resultando em milhares de novos negócios e milhões de empregos. CEOs de todo o mundo estão de olho no modelo proposto por Rifkin. Sugiro que você também tome conhecimento dele nesta obra referencial.

2) Capitalismo Climático

Na mesma linha dos “clássicos”, muna-se de fôlego para enfrentar as 390 páginas repletas de dados de Capitalismo Climático (Cultrix-Amana-Key/2013), de L. Hunter Lovins e Boyd Cohen. O resultado – garanto – mais do que compensará o esforço. Lovins foi coautora de Capitalismo Natural (1999), considerado por muitos o primeiro livro importante a relacionar os desafios ambientais com a ideia de lucro.

Em Capitalismo Climático, apoiados numa extensa e invejável base de informações, os autores partilham a sua convicção de que vão lucrar muito as empresas, governos e sociedades que antes compreenderem e praticarem soluções empreendedoras baseadas em eficiência energética, energia renovável, prédios e bairros verdes e mercados de carbono.

O que confere força à obra da dupla Lovins-Cohen é o fato de que ela não se escora em meras suposições, opiniões retóricas ou projeções futuristas, mas em fatos atuais, costurados a partir de uma análise de exemplos e estudos de casos de empresas e governos modelares no tema. Até mesmo os céticos darão o braço – pelo menos meio – a torcer ante as evidências apresentadas pelos autores.

3) A Via

Ponha na mesma cesta dos clássicos parrudos o ensaio A Via (Bertrand Brasil/2013), de Edgar Morin. O autor dispensa maiores apresentações. No opinião de muitos – incluo-me na lista –, o antropólogo, sociólogo e filósofo francês é hoje o mais fecundo pensador contemporâneo. Com o desafio autoimposto de “reunir o disperso”, Morin  organiza suas reflexões em torno de quatro tipos de reformas com vistas ao melhor futuro para a humanidade.

Entre elas, defende a regeneração das relações sociais e ambientais, e a redução das desigualdades sociais. Prega uma revisão profunda do pensamento, da educação e da democracia cognitiva. Suscita um rico debate sobre reformas relacionadas à medicina e saúde, cidade e habitat, agricultura, alimentação, consumo e trabalho.

E recomenda, por último, o que chama de “reformas da vida”, abordando aspectos  como a família, condição feminina, adolescência, envelhecimento e morte. Leitura absolutamente imperdível. Pelo que tem de profundamente filosófica. Mas sobretudo pelo que carrega de desconfortável, ousada e original, no melhor sentido desses três termos. Discorde-se ou não de Morin, é impossível ficar indiferente a suas ideias.

4) O que o Dinheiro não Compra

Se você ainda não leu O que o Dinheiro não Compra (Civilização Brasileira/2012), de Michael Sandel, não deixe janeiro passar em branco. Consagrado mestre de Harvard, Sandel tornou-se um pop star do mundo acadêmico. Suas aulas-palestras costumam atrair multidões mundo afora.

Tratando de questões muito provocativas, o professor desconstrói uma série de atividades – como, por exemplo, comprar a apólice de uma pessoa idosa com o objetivo puro e simples de receber, no mais curto prazo, a indenização por sua morte – para as quais o mercado confere um contestável valor econômico, incitando reflexões interessantes sobre os limites morais quase sempre deixados de lado.

O livro – penso – equivale a uma aula sobre o papel dos mercados na vida pública e nas relações pessoais e também sobre até que ponto existem bens – que pelo bem da humanidade! – simplesmente não deveriam ser colocados à venda.

5) Justiça – O que é fazer a coisa certa

Do mesmo autor, aproveite também para ler, em sequência, o seu livro anterior, Justiça – O que é fazer a coisa certa (Civilização Brasileira/2009). Com uma ajudinha das ideias de Aristóteles, Immanuel Kant, John Mill, Robert Nozik e John Ravis, Sandel expõe conflitos reais, cotidianos e incômodos, a respeito de escorregadelas morais do mercado, levando-nos a pensar num modelo de sociedade em que seria desejável viver. As dicas estão aí. Bom exercício para as sinapses neste início de 2014.

 

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   Ricardo Voltolini é diretor-presidente da Ideia Sustentável: Estratégia e Inteligência em Sustentabilidade (www.ideiasustentavel.com.br), idealizador da Plataforma Liderança Sustentável e autor do livro “Conversas com Líderes Sustentáveis” (editora SENAC-2011).