Tarifa Baixa Renda: descontos na conta de luz.


Em janeiro de 2010, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) criou a Lei nº 12.212/10, que regulamentou novos procedimentos para o cadastro de clientes na Tarifa Social de Energia (Tarifa Baixa Renda) – desconto criado pelo governo federal para famílias de baixa renda.

Com ele, o desconto na conta de luz pode chegar até 65%, dependendo do consumo de energia. Para saber mais sobre o benefício, clique nas imagens a seguir:

A partir de agora, os clientes beneficiados pela Tarifa Baixa Renda devem estar cadastrados no CadÚnico, cadastro do governo federal para programas sociais. Se você se encaixa no perfil acima, mas não possui este documento, visite o CRAS (Centro de Referência em Assistência Social) mais próximo de sua casa. Veja a lista de endereços clicando em Relação CRAS.

Se você não se encaixa no padrão acima, ajude a divulgar a informação e beneficie famílias! Em caso de dúvidas, entre em contato através do consciência@ampla.com.

 

Fonte: Blog Ampla

Jogo sujo no plano de energia para 2024


Serão quase um trilhão e meio de reais investidos, sendo 70% para incentivar a produção de fontes fósseis como petróleo e gás; apenas 3% será direcionado aos biocombustíveis

O governo publicou hoje o Plano Decenal de Energia (PDE) 2024. Como o próprio nome diz, trata-se do planejamento energético brasileiro para os próximos dez anos, que conta com uma previsão de investimento de mais de 1,4 trilhão de reais. No entanto, cerca de 70% desse valor, ou 993 bilhões de reais, serão direcionado para o setor de petróleo e gás natural, enquanto apenas 2,7% dos investimentos são destinados aos biocombustíveis.

No setor elétrico, o PDE prevê a expansão de 27 GigaWatts (GW) em grandes usinas hidrelétricas até o ano de 2024. A maior expansão hidrelétrica ocorrerá na região Norte do País, ou seja, nos rios amazônicos, a despeito dos graves impactos ambientais à biodiversidade e impactos sociais para as populações tradicionais que habitam e cuidam da floresta.

Dentre a lista de projetos que constam nesse cenário de expansão, está incluída a Usina Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, para entrar em operação até 2024. No entanto, até o momento não foi realizada consulta prévia livre à população que seria afetada com a construção da usina, conforme prevê a convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário. Ainda assim, o governo insiste em afirmar que a hidrelétrica será em breve leiloada e seus planos são oficializados no PDE.

Energia que merece mais investimento

O PDE considera que teremos 7 GW instalados de energia solar em 2024. No entanto, a estimativa é tímida, já que isso representa a contratação de menos de 1 GW por ano, número conservador se comparado com os leilões realizados para a fonte no final do ano passado e esse ano, quando cada um contratou 889,66 MW e 833,80 MW provenientes da energia solar, respectivamente. Um novo leilão está agendado para o mês de novembro e mais projetos de Usinas Solares devem ser contratados.

Com relação à geração distribuída, o PDE também é conservador. Ele prevê que em 2024 teremos instalados cerca de 1,3 GW em sistemas de geração solar distribuída, quando as expectativas da própria Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) são de 500 mil sistemas em 2024, somando 2 GW de potencia instalada.

Para as usinas eólicas o plano de dez anos considera que teremos 24 GW de potência instalada. Hoje, já temos 7 GW em usinas eólicas em operação. Somando as usinas em operação com as que já estão em construção ou aguardando o início, temos 17,4 GW. Isso significa que até 2024 entrariam cerca de 7 GW adicionais apenas, ou seja, a contratação de pouco mais de 1 GW por ano – número conservador para o setor que contrata atualmente mais do que isso.

Péssima notícia

O plano estipula a entrada da Usina Nuclear de Angra 3, apesar dos riscos associados à geração desse tipo de energia. Para o carvão, uma das fontes mais poluentes, é considerada a entrada de mais 400 MW em 2019. Não foram consideradas novas usinas movidas a óleo diesel e óleo combustível.

O governo indica que a produção de petróleo bruto no país deve dobrar de 2015 a 2024, saindo de 129 milhões de toneladas equivalentes de petróleo para 264 milhões.

Já a produção de gás natural brasileira será acrescida da produção de gás não convencional, principalmente o gás em formação fechada (tight gas) e o gás de folhelho, conhecido como xisto, nas Bacias de São Francisco, Parnaíba e Recôncavo. Apesar das incertezas dos impactos ambientais que circundam este tipo de exploração e o inexistente debate do governo com a sociedade sobre o assunto, a projeção de produção de gás natural não convencional tem início previsto para 2022.

Fica claro que o incentivo às fontes sujas continua elevado. O PDE prevê que as emissões do setor energético saiam de 489 MtCO2eq em 2014 para 577 MtCO2eq em 2024, com aumento principalmente no setor de transportes e industrial. Em um contexto onde a tendência global é reduzir as emissões a qualquer custo, o Brasil já começou errado seus próximos dez anos.

Participe do PDE 2024

O novo Plano Decenal de Energia, que pode ser visto aqui, está disponível para consulta pública até o dia 7 de outubro na página do Ministério de Minas e Energia

Fonte: Greenpeace

Redes elétricas inteligentes: oportunidades e desafios


Consumo eficiente e redução de perdas na distribuição serão os principais benefícios gerados pela implantação das smart grids – redes inteligentes de energia. Especialistas apontam, entretanto, que cada país deverá ter modelo próprio

         

 

O crescimento da população mundial vai gerar uma enorme pressão sobre alguns setores da economia e de infraestrutura das cidades, entre eles o energético. Um dos maiores desafios será suprir a demanda de uma gigante parte da sociedade, que está emergindo para uma nova classe e com isso, consumindo mais produtos e serviços que dependem de eletricidade.

Uma das mais importantes e modernas tecnologias, que deve se tornar a principal aliada deste novo momento, são as redes inteligentes de energia, ou smart grids em inglês. Especialistas e representantes do segmento energético brasileiro se reuniram em Campinas, em São Paulo, durante o encontro A Energia na Cidade do Futuro, promovido pela CPFL Energia, para debater sobre esta e outras soluções sustentáveis para o setor.

Reive Barros dos Santos, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), analisou o panorama da realidade nacional. País de dimensões continentais, o Brasil enfrenta graves problemas como, por exemplo, perdas de energia de até 30% nos estados do Norte e em percentuais menores, mas mesmo assim significativos em outras regiões. "O setor elétrico brasileiro ainda apresenta grande potencial de crescimento e não há dúvida que as redes inteligentes terão de ser implantadas", disse o executivo.

No caso do Brasil, Santos aponta que os motivadores para a implementação de smart grids seriam a melhoria na qualidade dos serviços oferecidos pelas operadoras do setor, redução de perdas e furtos de energia e diminuição da sobrecarga nos horários de pico. O sistema também permitiria a integração com redes de microgeração distribuída. Para tal, será necessário incentivo maior para estimular este tipo de geração, avalia o diretor da ANEEL. "Será um grande desafio lidar com esta nova realidade", admite. "Será preciso envolver mais o consumidor e mostrar a ele que a tecnologia vem em seu favor".

A tecnologia a que Reive Santos se refere é a utilização dos medidores inteligentes. Em alguns países, como na Itália, eles já estão em uso desde 2001. Lá, houve marco regulatório que obrigou a instalação dos novos medidores. Em grande parte da Europa, a preocupação com a adoção do novo sistema é com a sustentabilidade.

 

Diferentemente do Brasil, onde a matriz energética é hidráulica e, por isso, menos poluente, no continente europeu a produção de energia é responsável por uma alta emissão de CO2. Além disso, estes países buscam ainda a integração de fontes renováveis e limpas ao sistema, além da redução do consumo e, consequentemente, dos custos operacionais. Em países como Dinamarca e Suécia, o interesse pelos smart grids já antevê o aumento da disseminação dos carros elétricos.

Professor da Universidade de Coimbra, Carlos Henggeler, veio ao Brasil falar da experiência europeia com as redes inteligentes e mais especificamente de Portugal, onde na cidade de Évora está sendo realizado projeto piloto. Nos últimos anos, o país tem feito enorme esforço para investir em energias renováveis, sobretudo a eólica. "A geração distribuída é, sem dúvida, um dos grandes avanços tecnológicos", afirmou.

Sobre os medidores inteligentes, Henggeler acredita que eles tornam o consumidor final mais pró-ativo e consciente. "Até então eles só conferiam a fatura mensal, mas com os novos equipamentos podem acompanhar o consumo da residência hora a hora e assim descobrem em que horários estão gastando mais", explicou. Com essa informação, as pessoas têm capacidade de controlar melhor o consumo, utilizando aparelhos domésticos como lava-roupas e ferros-elétricos, por exemplo, em períodos mais espassados e de tarifa mais baixa.

Na Califórnia, nos Estados Unidos, a Pacific Gas and Eletric Company iniciou o processo de medição inteligente em 2006. Ao longo destes sete anos, já economizou aos cofres do estado cerca de 56 bilhões de dólares. Um dos serviços oferecidos pela empresa é a chamada tarifa branca, com preços diferenciados ao longo do dia. O projeto da Pacific Gas exigiu um investimento altíssimo, já que a rede de distribuição exige complexidade e interatividade maior, mas a companhia garante que metas de crescimento e faturamento foram mantidas. "Os medidores inteligentes contribuem para a materialização do consumo", acredita Carlos Henggeler.

Especialistas apontam que o aumento na escala e na padronização dos medidores inteligentes deverão fazer os custos de instalação destes equipamentos caírem. Todavia, a gestão das redes inteligentes é certamente mais difícil. Nascem aí, entretanto, oportunidades para empresas que trabalham com desenvolvimento de softwares e tecnologia de informação. "A inteligência ao longo da rede irá melhorar o sistema como um todo", defendeu Henggeler. "Mas sem políticas pró-ativas do governo e das empresas do setor, o desenvolvimento será mais lento". Segundo ele, o papel do setor elétrico é decisivo para marcar o ritmo deste processo.

 

Fonte: Planeta Sustentável