Reunião da Rio+20 em Bogotá analisará desenvolvimento sustentável


Os diálogos de acompanhamento da cúpula da ONU Rio+20, que serão celebrados na próxima semana, em Bogotá, estarão concentrados no desenvolvimento de cidades, meios de transporte e modelos de turismo sustentáveis, informaram os organizadores em nota de imprensa.

Mais de 4.000 pessoas são aguardadas no encontro, que se estenderá de domingo (10) a terça-feira (12) e ao qual assistirão dezenas de especialistas internacionais e mais de 150 delegados de governos.

Organizados após a cúpula Rio+20, celebrada em junho de 2012, no Rio de Janeiro, 20 anos depois da histórica Cúpula da Terra, em 1992, os diálogos buscam dar seguimento aos acordos fechados nesta reunião mundial, organizada pelas Nações Unidas.

Os prefeitos de Quito (Equador), Mauricio Rodas; de Santa Mônica (Califórnia, EUA), Sara Castro; e de Sucre (Bolívia), Moisés Torres, estão entre os convidados que "compartilharão a experiência de suas cidades em matéria de sustentabilidade".

Além disso, assistirão o próprio prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e o coordenador residente da ONU na Colômbia, Fabrizio Hochschild.

A capital colombiana, como anfitriã, apresentará seus "projetos em transporte sustentável, tais como o piloto de táxis elétricos, a frota de ônibus híbridos (…), sistemas de metrô pesado, trem leve e teleférico, que funcionarão com alimentação elétrica", entre outros.

"Bogotá foi escolhida pelas Nações Unidas por seu compromisso com a sustentabilidade, através de seu Plano de Desenvolvimento Distrital: Bogotá Humana 2012-2016, no qual são contempladas políticas públicas para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas, modernização do transporte público através de novos modais e tecnologias limpas, além de planos e projetos para fomentar o turismo sustentável", explicou Petro.

Fonte: Terra

Brasil aparece em 77º em ranking de desempenho ambiental


Índice avaliou 178 países em diversas categorias, sendo que o Brasil se destaca negativamente principalmente na questão do saneamento básico, no desmatamento e na tendência de aumento da intensidade de carbono na economia

 

Pesquisadores das Universidades de Yale e Colúmbia, ambas nos Estados Unidos, em parceria com o Fórum Econômico Mundial, divulgaram nesta semana o Environmental Performance Index 2014 (EPI), classificando 178 países de acordo com dois grandes temas: “Proteção da saúde humana das ameaças da natureza”, que inclui questões como saneamento básico e impactos da poluição do ar e da água; e “Vitalidade dos ecossistemas”, que engloba, entre outros fatores, leis de proteção da biodiversidade e impactos da matriz energética no meio ambiente.

Considerando todos os critérios, a Suíça aparece como o líder do ranking, seguida por Luxemburgo, Austrália, Singapura e República Tcheca.

“Muitos dos países que figuram no topo neste ano são os mesmos de edições passadas. Isso demonstra como um bom desempenho ambiental está relacionado com políticas de longo prazo que priorizem a proteção dos ecossistemas e que comprometam investimentos neste sentido”, afirmou Angel Hsu, principal autor do índice.

Entre as grandes potências, a Alemanha é a melhor classificada, em sexto lugar. O Reino Unido está em 12º, o Japão, em 26º, a França, em 27º, e os Estados Unidos, em 33º. 

Já os países emergentes apresentaram modestas melhoras no ranking, mas ainda ocupam baixas posições, devido principalmente à sua urbanização desordenada, crescimento acelerado – movido muitas vezes pela destruição de ecossistemas – e pela ausência de leis de proteção ambiental.

A África do Sul está em 72º, a Rússia, em 73º, o Brasil, em 77º, a China, em 118º e a Índia aparece bem ao fim da lista, em 155º.

A posição ruim do Brasil se justifica pelo seu péssimo desempenho em alguns dos critérios. Em mortalidade infantil, por exemplo, apesar dos avanços dos últimos anos, o país ainda é o 95º no ranking. Em acesso a saneamento básico, que também resulta na alta mortalidade infantil, é o 98º.

 Em “tendência para o aumento de intensidade de carbono”, o Brasil está em 93º, um sinal de que a economia e o setor de energia estão seguindo um caminho de mais emissões de gases do efeito estufa, algo que é facilmente constatado pelo maior uso de termoelétricas e pelas promessas do governo de mais investimentos em carvão.

Mas a pior classificação do país é em “mudança de cobertura florestal”, 105º, destacando o aumento do desmatamento no ano passado, que pode estar relacionado com o enfraquecimento do Código Florestal, alterado em 2012.

No entanto, nem tudo é ruim para o Brasil; aparecemos em primeiro no item “poluição do ar – exposição a particulados (PM 2,5)”. Isso se deve ao grande número de habitantes do país que não vive metrópoles, e que, portanto, não está exposto a tanta poluição de automóveis e fábricas. A nossa atual matriz energética baseada em hidroeletricidade também explica o bom resultado.

Todas as cinco piores nações do ranking, Somália, Mali, Haiti, Lesoto e Afeganistão, estão envolvidas em conflitos civis ou em caos social devido a catástrofes naturais. É o caso do Haiti, que ainda está buscando se recuperar do terremoto de 2010, um reflexo de que, sem estabilidade política e institucional, não há proteção do meio ambiente, afirma o EPI.

“O nosso índice pode ajudar a direcionar os esforços internacionais na busca por cumprir as Metas de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Porém, ainda vemos que existe uma falta de estrutura política para que se acelere a transformação necessária para um modelo econômico e social realmente sustentável”, concluiu Hsu.

Imagem: Crianças brincam perto de esgoto a céu aberto em Brasília / Valter Campanato / AgenciaBrasil   
               O desmatamento voltou a crescer no Brasil em 2013 / Wikimedia Commons 

Fonte: Instituto Carbono Brasil