Vivemos em um mundo cada vez mais preocupado com questões de segurança, seja ela nacional, comunidade, família ou mesmo pessoal. Recursos de sobrevivência também é uma preocupação, especialmente agora que a população mundial se tornou dependente dos recursos naturais – terra, florestas e água – onde a exploração já atingiu todos os limites conhecidos. A velocidade e o volume dessa exploração são sem precedentes, e ao longo das mudanças e impactos ambientais vêm ameaçando a manutenção da vida humana e natural. Vários setores estão competindo pelo acesso a esses recursos naturais, gerando pobreza e degradando o meio ambiente, aumentando assim a necessidade de uma gestão adequada. É preciso um governo mais eficiente e maior cooperação para discutir os desafios dos recursos naturais do planeta.
Hoje o foco é a água, onde 1.2 bilhões de pessoas, cerca de um quinto da população mundial, vivem em área de escassez hídrica. Projeções dizem que em 2025, quase 1.8 bilhões estarão vivendo em regiões de escassez absoluta de água. Aproximadamente, 1.6 bilhões de pessoas, enfrentarão escassez econômica de água, o que significa que não terão dinheiro suficiente para comprá-la. O principal impulso do desafio da água é o crescimento econômico e o desenvolvimento urbano. Atualmente, a demanda global por água é de 4.5 bilhões de metros cúbicos por dia, e a expectativa é de crescer para 6.9 bilhões de metros cúbicos de água, superior a atual, abastecendo de água potável somente 40% da demanda. A água, ou melhor, a falta dela, também será um obstáculo para o crescimento; no momento, a agricultura usa cerca de 70% da água doce disponível no mundo. Mas o governo, a indústria, e as famílias também precisam de água: 65% a mais do que já é retirado da natureza, serão necessários para suportar o crescimento das economias nacionais.
Embora as questões do meio ambiente e dos recursos naturais estarem em discussões há anos, só hoje que tal discussão está atingindo um público mais amplo e em outro nível de atenção. Isto pode ser em parte, pois a economia global identificou a água como recurso indispensável, para o funcionamento de qualquer empreendimento, reconhecendo também que a água é cada vez mais um fator limitante para a sustentabilidade de muitas operações. Dado o cenário das mudanças climáticas, a pressão é sobre as empresas encontrarem formas, não só para competir com um mundo de escassez hídrica, mas para colaborar e contribuir para uma maior sustentabilidade e acesso à água para todos.
Embora existam potentes soluções disponíveis, para erradicar a escassez da água no mundo, até o presente momento, a motivação para agir na escala e níveis necessários não estão acontecendo. A presença ativa de companhias privadas na Semana da Água na Ásia, em Março deste ano, pode trazer à tona a motivação e urgência para agir mais rapidamente.
Os esforços devem ir além de garantir acesso aos recursos hídricos, mas também deve contribuir para um ciclo hidrológico sustentável nos ecossistemas, e partilha igualitária de água para todos, garantindo a sua viabilidade em longo prazo. As empresas e indústrias devem também assegurar que, no processo de garantir a sua própria sustentabilidade, que contribua para a sustentabilidade do mundo, sem tirar nada injustamente de ninguém. Se as pessoas estão preocupadas apenas com a sua própria fonte de água, e garantir o seu próprio abastecimento, não é sustentabilidade, e sim auto-preservação.
A população mundial deve reconhecer sua interdependência quando se trata de questões de água, estamos crescendo cada vez mais e os recursos hídricos são finitos e vulneráveis. A ONU declarou 2013 como o Ano Internacional da Cooperação da Água, e identificou várias oportunidades de trabalhar em conjunto para garantir o seu uso sustentável.
A água é vital para a vida. Todos nós somos afetados pelos problemas de escassez de água e, portanto, devemos participar na busca de soluções. O futuro da água no mundo só pode ser assegurada através da cooperação e colaboração de todos.
Fonte: EcoJesuit
Foto: ECOinforme
Tradução: Laísa Mangelli