Um estilo de vida insustentável


Até 2050 serão necessários “3 planetas” para suprir as necessidades da população mundial.

 

                

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) apontou que o estilo de vida atual da humanidade é insustentável. Imagine que a população mundial, de 7 bilhões de pessoas, precisa atualmente dos recursos de um planeta e meio para se alimentar. Se as tendências atuais de consumo continuarem, até 2050 — quando a população deverá chegar a nove bilhões, serão necessários três planetas Terra. Somando-se a essas pressões, está a rápida aceleração da urbanização.

“O consumo e a produção sustentável não é apenas consumir menos, mas também fazer mais e melhor com menos. É sobre o aumento da eficiência dos recursos, promover estilos de vida sustentáveis e contribuir para a redução da pobreza”, declarou Achim Steiner, subsecretário-geral da ONU e diretor executivo do Pnuma.

Embora as cidades ocupem apenas 3% da superfície terrestre do planeta, elas consomem 75% dos recursos naturais, produzem 50% dos resíduos mundiais e são responsáveis por 60 a 80% das emissões dos gases de efeito estufa. A urbanização só vai continuar a distorcer as taxas desproporcionais de consumo, aponta a organização.

Com o objetivo de informar sobre as ações necessárias que darão início a um futuro mais sustentável, o Pnuma lançou o Global SCP Clearinghouse, uma rede de apoio e troca de informações sobre produção e consumo mais consciente.

Os formuladores de políticas e profissionais de todo o mundo têm desenvolvido iniciativas e ferramentas que contribuem para o consumo e a produção sustentável (SCP, na sigla em inglês) ao longo dos anos, mas a informação existente é fragmentada e ainda faltam as pontes para conectá-las às pessoas.

A Clearinghouse vai utilizar os princípios das redes sociais para unir a comunidade global SCP e criar um centro para o conhecimento e a cooperação sobre o tema. A ferramenta pretende inspirar governos, setor empresarial, pesquisadores, sociedade civil e todos os profissionais da área ou outras partes interessadas a compartilhar iniciativas, notícias, ideias, melhores práticas e ferramentas para criar um banco de dados em todo o mundo, bem como uma rede de especialistas, de modo a fortalecer as parcerias por meio de um mercado de cooperação, grupos de trabalho e fóruns.

Possíveis benefícios

A SCP pode ajudar a população dos países em desenvolvimento por intermédio da criação de novos mercados, empregos decentes e sustentáveis, por exemplo, com alimentos orgânicos, comércio justo, moradia sustentável, energia renovável, transporte sustentável e turismo, bem como uma gestão mais eficiente e equitativa dos recursos naturais.

Ela também oferece a possibilidade de os países em desenvolvimento obterem um salto qualitativo para tecnologias de recursos mais eficientes, ambientalmente saudáveis e competitivas, contornando as fases ineficientes e poluentes do desenvolvimento. A poucos dias do seu pré-lançamento na reunião do Conselho de Administração do Pnuma, em fevereiro de 2013, a Global SCP Clearinghouse registrou quase 800 novos membros, de mais de 500 organizações com base em cerca de 100 países diferentes.

Dentre as muitas iniciativas apresentadas à Clearinghouse está, por exemplo, a Plataforma de Arroz Sustentável (SRP), co-organizada pelo Pnuma e Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz com o objetivo promover a eficiência dos recursos e fluxos comerciais sustentáveis, produção e operações de consumo e as cadeias de fornecimento no setor global de arroz — uma cultura que alimenta metade do planeta.

Outra iniciativa é o Programa de Construção Sustentável, do banco público brasileiro Caixa Econômica Federal, que possui 70% do financiamento para construções de casas no mercado nacional e que, portanto, exerce grande influência na indústria de construção. O objetivo do programa é imbuir nessas indústrias práticas de construção sustentáveis, bem como a redução do impacto ambiental nos 2,6 mil escritórios no país.

Fonte: http://eco4planet.com/blog

Laísa Mangelli

Transgênicos, veneno no prato


               

 

            Com a consciência coletiva agora abraçando um estilo de vida sustentável, não tinha como o ser humano dessa geração também não querer ter uma atitude sustentável em relação ao próprio corpo. Tantas foram as eras que passamos, evoluindo, especialmente com o  auge do  modernismo, capitalismo, mais foi produzido no planeta o que chamamos de “Inutilidade Tóxica”, que mais tarde veio a ser o “lixo tóxico”.

               A sociedade foi estimulada ao consumismo no mesmo ritmo imperativo do aumento da produção. O problema maior ocorreu quando a febre pelo consumo atingiu o ápice da alienação, criando assim as personagens super aproveitadoras do “progresso”.  Com outras palavras, mais as companhias de produção procuraram atingir um maior êxito no seu numero de produção, pouco se preocuparam com a qualidade do que colocavam no mercado.  E assim, passamos, gerações e gerações, comprando, consumindo produtos transgênicos, de todo tipo,  confiando completamente no caráter pouco digno de tais companhias. Esse sistema quase invisível transformou pequenas empresas em grandes companhias milionárias e de monopólio.

          Mas o quê, afinal, são esses Transgênicos?

            Os Transgênicos ou organismos geneticamente modificados são produtos de cruzamentos que jamais aconteceriam na natureza, como, por exemplo, arroz com bactéria. Um organismo, planta e animal, por exemplo, se torna transgênico quando através da engenharia genética, recebe genes de outra espécie e sofre alterações em seu código genético. Este processo é feito em laboratórios. O gene inserido confere novas características a esse ser. Por exemplo, o salmão transgênico recebeu um gene de porco para engordar mais rápido.

             Alguns cientistas, como o farmacêutico bioquímico Flávio Finadi, professor da Universidade de São Paulo (USP), descrevem os transgênicos como apenas uma das aplicações da biotecnologia.  Os genes contêm as informações que definem as características naturais dos organismos, como a cor dos olhos de uma pessoa ou o perfume de uma flor. Ao receber um ou mais genes de outro organismo, um vegetal supostamente poderia se tornar resistente a pragas ou mais nutritivo, por exemplo. A meta dessa ciência seria a melhora da qualidade de vida em diversos aspectos. Supostamente indicada para o homem no desenvolvimento de alimentos mais seguros, saudáveis e nutritivos. Mas, espera um momento! Nossos alimentos naturais não são seguros, saudáveis e nutritivos?  

                   A realidade é bem diferente. As empresas de biotecnologia estão tentando obter o monopólio da produção de sementes. Isto ameaça seriamente a produção alimentar, que é a garantia de que um povo tenha ao seu alcance alimentos em quantidade suficiente, de boa qualidade e a preços acessíveis. Por meio de um ramo de pesquisa relativamente novo (a engenharia genética), fabricantes de agroquímicos criam sementes resistentes a seus próprios agrotóxicos, ou mesmo sementes que produzem plantas inseticidas. As empresas ganham com isso, mas nós pagamos um preço muito alto: riscos à nossa saúde e ao ambiente onde vivemos.

              A introdução de transgênicos na natureza expõe nossa biodiversidade a sérios riscos, como a perda ou alteração do patrimônio genético de nossas plantas e sementes e o aumento dramático no uso de agrotóxicos. De acordo com o Greenpeace, diante da crise climática em que vivemos, a preservação da biodiversidade funciona como um seguro, uma garantia de que teremos opções viáveis de produção de alimentos no futuro e estaremos prontos para os efeitos das mudanças climáticas sobre a agricultura. Porém, o modelo agrícola baseado na utilização de sementes transgênicas é a trilha de um caminho insustentável.

                O aumento dramático no uso de agroquímicos decorrentes do plantio de transgênicos é exemplo de prática que coloca em cheque o futuro dos nossos solos e de nossa biodiversidade agrícola. A utilização de transgênicos na agricultura tem causado o aparecimento de plantas daninhas e pragas resistentes, o que tem como conseqüência o aumento do uso de agrotóxicos e da dependência do agricultor para com as indústrias, como a Monsanto. Não por acaso o Brasil se tornou o maior consumidor mundial de agrotóxicos em 2008 – depois de cerca de dez anos de plantio de transgênicos – sendo mais da metade deles destinados à soja, primeira lavoura transgênica a ser inserida no País.

               Outro detalhe é que esse sistema torna a agricultura e os agricultores reféns de poucas empresas que detêm a tecnologia, e põe em risco a saúde de agricultores e consumidores.   O professor Rubens Onofre Nodari, da Universidade Federal de Santa Catarina, diz que as conseqüências a longo prazo do consumo dos transgênicos são incertas. Assim, como o seu efeito na natureza. "A diferença de uma vaca louca para uma sadia é apenas uma mudança na estrutura de uma mesma proteína", aponta o cientista. "Quando se mistura um gene em uma célula não há certeza de como será sua replicação daí para frente", alerta o professor. Michael Hansen, PhD. em biotecnologia e integrante da Consumers Union, é outra voz que aponta a necessidade de estudos científicos mais aprofundados e de longo prazo sobre organismos geneticamente modificados (OGMs) e desaprova sua utilização em escala comercial. “Já se observou na prática que milho, batata, algodão, cebola e outras plantas geneticamente modificadas para portar o Bacillus thuringiensis (Bt, que resiste ao pesticida Round Up) destroem outros fungos benéficos ao solo", alerta o professor catarinense.

              Além disso, a produção de transgênicos agrícolas é o paradigma de concentração corporativa mais extrema da história da agricultura. Somente seis empresas controlam todo o mercado mundial e uma só, a Monsanto, retém 88% do mercado mundial. As três maiores empresas de transgênicos – Monsanto, Syngenta, Dupont – são também as que têm a maior porcentagem do mercado de sementes comerciais em geral (não só transgênicas): juntas, controlam quase a metade (47%) do mercado mundial de sementes sob propriedade intelectual.  “Goste você ou não, é provável que a Monsanto tenha contaminado a comida que você comeu hoje com agrotóxicos e transgênicos. A Monsanto controla a maior parte do suprimento global de alimentos à custa da democracia alimentar ao redor do mundo", diz o  movimento  Occupy Monsanto.

FONTE: Greenpeace; Occupay Monsato; http://cib.org.br; Instituto Ethos.

Laísa Mangelli

Ban Ki-moon diz que modelo de prosperidade atual é insustentável


O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou esta quinta-feira que o modelo atual de prosperidade é insustentável.

                                        

Em discurso na abertura da reunião do Conselho Científico em Berlim, Alemanha, Ban disse que a atividade humana está tendo um impacto direto e mensurável nos sistemas de apoio à vida do planeta.

Ciência

O chefe da ONU declarou que o mundo precisa da ciência para compreender, proteger e usar os recursos do meio ambiente de forma inteligente.

O Secretário-Geral explicou que é necessário entender mais sobre as “forças demográficas e econômicas” em ação no mundo inteiro.

Além disso, Ban alertou que é preciso lidar com grandes questões incluindo a fome, a prevenção de desastres, o saneamento básico e a energia sustentável para todos.

Pensar e Agir

Ele disse que saber dos problemas não é suficiente, é necessário por em prática novas formas de pensar e agir.

Ban deixou claro que o mundo enfrenta uma multiplicidade de crises, riscos e vulnerabilidades. Segundo ele, esses problemas estão tão interligados que é praticamente impossível serem resolvidos por um único país.

Para o chefe da ONU, é necessária uma visão holística dos desafios para a criação de respostas integradas.
Ban afirmou que o Conselho integra os cientistas mais competentes do mundo. Eles vão fornecer as sugestões indispensáveis para que se possa fazer a “ponte” entre a ciência e as políticas para um desenvolvimento sustentável.

O Conselho Científico foi criado no ano passado e é formado por 26 cientistas de todo o mundo indicados pelo Secretário-Geral. O grupo tem um integrante lusófono. O especialista em meio ambiente, Carlos Nobre, secretário nacional para Políticas de Pesquisa e Desenvolvimento.

O Conselho tem como base a sede da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, em Paris.

(Rádio ONU)

Fonte: Mercado Ético