Papa Francisco discursa durante a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro
Foto: Jorge in Brazil
Pouca gente questiona a popularidade atual do papa Francisco. Carismático e reformador, o líder da Igreja Católica angaria cada vez mais admiradores em todo o mundo, inclusive os não-católicos. Mas onde entra o meio ambiente nisso? É que o tema tem tido presença constante nos discursos do sucessor de Bento XVI. O que isso pode significar?
Em análise recente publicada no site da revista Página 22, a jornalista Regina Scharf observa que "o meio ambiente é o novo alvo do furacão Francisco, o papa-rockstar que está revirando todas as pedras e pedros do Vaticano. Após semanas de boatos, o padre Federico Lombardi, porta-voz do líder dos católicos, anunciou que a Igreja está produzindo uma encíclica (documento pontifício dirigido aos bispos de todo o mundo e, por meio deles, aos fiéis) sobre “a ecologia humana”, ainda no seu esboço inicial".
Segundo Scharf, "o papa Francisco tem dado evidências de que é bastante engajado nas lutas ambientais". A jornalista lembra que a adoção do nome de São Francisco de Assis não foi casual. Pouco após sua eleição, ele justificou a escolha do padroeiro dos animais, que:
“nos ensina um profundo respeito por toda a criação e a proteção do nosso meio ambiente, que, com excessiva frequência, em vez de ser usada para o bem, é explorada com ganância, em detrimento de todos".
O papa é sustentável?
"Daí em diante, o tema ambiental nunca saiu de pauta. Francisco costuma condenar a cultura do desperdício e promover os benefícios sociais e ambientais da reciclagem. Sempre que pode, ele favorece o transporte público, deixando o papamóvel na garagem, para desespero dos fiéis que temem por sua segurança e não esquecem o atentado contra João Paulo II", enumera Scharf. Em julho, noticiamos aqui no EcoD que o papa foi presenteado com uma bicicleta elétrica da Mercedes.
O assunto, reforça ela, também foi abordado na passagem do papa pelo Brasil, em meados de 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude, quando ele pediu que as florestas tropicais fossem tratadas como um jardim. "Finalmente, há alguns dias, num encontro com diplomatas baseados no Vaticano, ele declarou que 'Deus sempre perdoa, nós às vezes perdoamos, mas a natureza – a criação – é maltratada, ela nunca perdoa'”.
"Desnecessário lembrar o impacto positivo que uma encíclica verde pode ter sobre a postura de 1,2 bilhão de católicos. A Igreja – como, aliás, todas as religiões organizadas – faz cabeças. Documentos gerados no Vaticano inspiram sermões, campanhas da fraternidade e outras atividades em milhares de paróquias. Vamos ver até onde vai, e quais serão as nuances, do engajamento ambiental do novo papa", conclui Regina Scharf.
– Leia o texto (na íntegra) de Regina Scharf –
Fonte: EcoDesenvolvimento e Página 22