Que tal se hospedar de graça por todo o mundo trabalhando com a natureza?


Que tal se hospedar de graça por todo o mundo, ter três refeições por dia, aprender mais sobre cultivos orgânicos, em troca de trabalhar meio período em contato com a natureza? A proposta é do site World Wide Opportunities on Organic Farms (WWOOF), em português, Rede Mundial de Oportunidades em Fazendas Orgânicas.

É uma forma incrível de conhecer o mundo, partilhar experiências, participar realmente na rotina do lugar e, claro, viajar a baixo custo. Com o seu meio período de trabalho, você está ajudando o dono da fazenda e está aprendendo, conhecendo a forma de produção de alimentos orgânicos e praticando uma variante de turismo sustentável. Num tempo em que muitas pessoas estão frustradas em suas carreiras, vivendo na loucura de grandes cidades, essa pode ser uma alternativa para quem busca um tempo para refletir e se desconectar um pouco da correria dos nossos dias.

O projeto nasceu bem antes da Internet, na década de 70, mas tem conhecido uma grande expansão, sendo hoje uma rede internacional com mais de 50 países envolvidos e milhares de propriedades inscritas para receber voluntários. O processo é bem simples – você se inscreve no site, pagando uma anuidade, e escolhe a fazenda que mais se adequa às suas capacidades. Depois é só entrar em contato com os proprietários e seguir viagem.

Veja as fotos do projeto e de alguns viajantes:

 

Fonte: Hypeness

Redes elétricas inteligentes: oportunidades e desafios


Consumo eficiente e redução de perdas na distribuição serão os principais benefícios gerados pela implantação das smart grids – redes inteligentes de energia. Especialistas apontam, entretanto, que cada país deverá ter modelo próprio

         

 

O crescimento da população mundial vai gerar uma enorme pressão sobre alguns setores da economia e de infraestrutura das cidades, entre eles o energético. Um dos maiores desafios será suprir a demanda de uma gigante parte da sociedade, que está emergindo para uma nova classe e com isso, consumindo mais produtos e serviços que dependem de eletricidade.

Uma das mais importantes e modernas tecnologias, que deve se tornar a principal aliada deste novo momento, são as redes inteligentes de energia, ou smart grids em inglês. Especialistas e representantes do segmento energético brasileiro se reuniram em Campinas, em São Paulo, durante o encontro A Energia na Cidade do Futuro, promovido pela CPFL Energia, para debater sobre esta e outras soluções sustentáveis para o setor.

Reive Barros dos Santos, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), analisou o panorama da realidade nacional. País de dimensões continentais, o Brasil enfrenta graves problemas como, por exemplo, perdas de energia de até 30% nos estados do Norte e em percentuais menores, mas mesmo assim significativos em outras regiões. "O setor elétrico brasileiro ainda apresenta grande potencial de crescimento e não há dúvida que as redes inteligentes terão de ser implantadas", disse o executivo.

No caso do Brasil, Santos aponta que os motivadores para a implementação de smart grids seriam a melhoria na qualidade dos serviços oferecidos pelas operadoras do setor, redução de perdas e furtos de energia e diminuição da sobrecarga nos horários de pico. O sistema também permitiria a integração com redes de microgeração distribuída. Para tal, será necessário incentivo maior para estimular este tipo de geração, avalia o diretor da ANEEL. "Será um grande desafio lidar com esta nova realidade", admite. "Será preciso envolver mais o consumidor e mostrar a ele que a tecnologia vem em seu favor".

A tecnologia a que Reive Santos se refere é a utilização dos medidores inteligentes. Em alguns países, como na Itália, eles já estão em uso desde 2001. Lá, houve marco regulatório que obrigou a instalação dos novos medidores. Em grande parte da Europa, a preocupação com a adoção do novo sistema é com a sustentabilidade.

 

Diferentemente do Brasil, onde a matriz energética é hidráulica e, por isso, menos poluente, no continente europeu a produção de energia é responsável por uma alta emissão de CO2. Além disso, estes países buscam ainda a integração de fontes renováveis e limpas ao sistema, além da redução do consumo e, consequentemente, dos custos operacionais. Em países como Dinamarca e Suécia, o interesse pelos smart grids já antevê o aumento da disseminação dos carros elétricos.

Professor da Universidade de Coimbra, Carlos Henggeler, veio ao Brasil falar da experiência europeia com as redes inteligentes e mais especificamente de Portugal, onde na cidade de Évora está sendo realizado projeto piloto. Nos últimos anos, o país tem feito enorme esforço para investir em energias renováveis, sobretudo a eólica. "A geração distribuída é, sem dúvida, um dos grandes avanços tecnológicos", afirmou.

Sobre os medidores inteligentes, Henggeler acredita que eles tornam o consumidor final mais pró-ativo e consciente. "Até então eles só conferiam a fatura mensal, mas com os novos equipamentos podem acompanhar o consumo da residência hora a hora e assim descobrem em que horários estão gastando mais", explicou. Com essa informação, as pessoas têm capacidade de controlar melhor o consumo, utilizando aparelhos domésticos como lava-roupas e ferros-elétricos, por exemplo, em períodos mais espassados e de tarifa mais baixa.

Na Califórnia, nos Estados Unidos, a Pacific Gas and Eletric Company iniciou o processo de medição inteligente em 2006. Ao longo destes sete anos, já economizou aos cofres do estado cerca de 56 bilhões de dólares. Um dos serviços oferecidos pela empresa é a chamada tarifa branca, com preços diferenciados ao longo do dia. O projeto da Pacific Gas exigiu um investimento altíssimo, já que a rede de distribuição exige complexidade e interatividade maior, mas a companhia garante que metas de crescimento e faturamento foram mantidas. "Os medidores inteligentes contribuem para a materialização do consumo", acredita Carlos Henggeler.

Especialistas apontam que o aumento na escala e na padronização dos medidores inteligentes deverão fazer os custos de instalação destes equipamentos caírem. Todavia, a gestão das redes inteligentes é certamente mais difícil. Nascem aí, entretanto, oportunidades para empresas que trabalham com desenvolvimento de softwares e tecnologia de informação. "A inteligência ao longo da rede irá melhorar o sistema como um todo", defendeu Henggeler. "Mas sem políticas pró-ativas do governo e das empresas do setor, o desenvolvimento será mais lento". Segundo ele, o papel do setor elétrico é decisivo para marcar o ritmo deste processo.

 

Fonte: Planeta Sustentável