Sonda causa danos ambientais ao carregar espécies das profundezas


Ao estudarem a vida marinha nas profundezas do oceano Pacífico, cientistas do Museu de Campo de História Natural, em Chicago, nos Estados Unidos, descobriram que algumas espécies podem sobreviver à extrema mudança de pressão ao serem levadas à superfície por uma sonda submarina.

A descoberta foi publicada nessa semana na revista científica “Conservation Biology”, que revelou como exemplares da espécie Lepetodrilus gordensis – um tipo de “concha” que vive a grandes profundidades – podem ser carregadas por uma sonda-submarino às novas áreas e sobreviver a elas. No entanto, a “viagem” pode trazer potenciais danos ao ecossistema marinho.
 


Depois de usar a sonda submarina Alvin para coletar amostras de espécies no oceano Pacífico, na altura do estreito de Juan de Fuca, no estado norte-americano de Oregon, o grupo de cientistas encontrou 38 unidades de Lepetodrilus gordensis. O fato surpreendeu a equipe, pois se sabia que seu habitat é de pelo menos 635 km de profundidade, ao sul do local do mergulho.
 


“A grande questão era como elas emergiram 600 quilômetros de seu habitat?”, questiona Janet Voight, do Museu Field de História Natural.

Diante do fato, os cientistas concluiram que a introdução de novas espécies no ecossistema pela mão humana se torna um grande desafio a sua conservação, já que a reação e readaptação dessas espécies é imprevisível.

 

Além disso, os cientistas observaram que a invasão de outras espécies no meio costeiro pode trazer doenças e parasitas, causando mortalidade em massa.
 


“Nós descobrimos que é possível introduzir espécies acidentalmente e que, junto delas, podem vir doenças do fundo do mar”, conclui Voight.

Fonte: Ambiente Brasil