O Brasil é reconhecido mundialmente pela abundância de seus recursos hídricos e pela tecnologia em tratamento de esgoto. Tecnologia essa que é custeada pelos seus consumidores que pagam, além de impostos, taxas referentes à água tratada que recebe, e ao esgoto que volta para estação de tratamento. A população e a indústria gastam muito para utilizá-la, desconhecendo que a solução cai literalmente do céu.
Temos constatado que a demanda por água doce cresce a cada dia, seja pelo aumento da população, seja pelos crescentes índices de poluição dos recursos hídricos. Isto está acontecendo em todo planeta, no meio urbano e rural. Por esta razão não devemos descartar nenhuma fonte alternativa de água. A captação da água da chuva surge como uma alternativa sustentável de economizar renda e os recursos hídricos disponíveis no meio ambiente. Mesmo para iniciantes a alternativa é possível.
Existem empresas em quase todos os estados do país, que constroem a estrutura para a captação adequada da água da chuva. Mas o mesmo pode ser feito artesanalmente, tendo o telhado como superfície de captação, com calhas para coletar, tubos de PVC e filtros que tiram as impurezas (folhagens e pedras), e por fim um reservatório próprio para o armazenamento. A água da chuva tem diversas utilizações, em domicílios e estabelecimentos comerciais, podendo ser empregada em descargas, regas de hortas e jardins, lavagem de pisos, cisternas, tanques e automóveis, entre outras utilidades. Do ponto de vista da sustentabilidade, esses sistemas reduzem a dependência no fornecimento por empresas privadas e públicas, trazendo benefícios ao bolso e ao meio ambiente. Dependendo do tamanho da área de captação, em meses de fortes chuvas, o volume de água força o reaproveitamento do excesso. Contudo, também há períodos de estiagem, onde o índice pluviométrico é consideravelmente reduzido.
Recomenda-se não usar a água da chuva para fins potáveis, como cozinhar, beber ou tomar banho. Mas o mesmo pode ser feito com um tratamento mais avançado de descontaminação atendendo as regras do Ministério da Saúde.
Segundo o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), os índices pluviométricos registrados na cidade do Rio de Janeiro são de 1.500 milímetros anual. O que significa que cada metro quadrado de área impermeável recebe o equivalente a 1.500 litros de água por ano. Portanto um telhado de 100 metros quadrados adaptado para a captação da água, pode coletar anualmente 150 mil litros. Que venha a chuva!
Laísa Mangelli
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