Já dizia o velho ditado: nós somos o que comemos. Dependendo do ‘combustível’ com que alimentamos o nosso corpo, ele pode responder de forma positiva ou negativa. No tempo moderno em que vivemos, da correria do dia a dia, acabamos optando pela alimentação mais rápida e prática, os industrializados e os legumes e hortaliças cheios de agrotóxicos nocivos à saúde humana e ao meio ambiente. Pois requerem menos tempo de preparo, são baratos e passam a ligeira impressão de que nos alimenta corretamente, ou pelo menos, saciam a fome. Mas, pensando melhor, essa comida enlatada e prática é saudável? Já sabemos que não, pois leva em sua composição alto teor de sódio, aromatizantes, corantes, tóxicos e vários outros componentes químicos que aceleram a produção em níveis elevados para suprir a demanda de sete bilhões de habitantes no planeta.
Então como aliar saúde e sustentabilidade no mesmo prato? O caminho indicado é o consumo de alimentos orgânicos; além de ser isento de insumos artificiais como os adubos químicos e agrotóxicos – o que resulta na isenção de outra infinidade de subprodutos tóxicos como metais pesados, chumbo, nitratos e etc. – o alimento orgânico também deve ser livre de drogas veterinárias, hormônios, antibióticos e organismo geneticamente modificados. Ou seja, a agricultura orgânica trabalha de forma sustentável, não agride o meio ambiente e respeita a saúde do consumidor, além de ser bem mais saboroso do que os produtos convencionais.
O conceito de alimento orgânico não se limita apenas à agricultura, estende-se também à pecuária, em que os animais criados para abate são criados sem hormônios e drogas, respeitando o seu ciclo natural de crescimento e desenvolvimento. Bem como os seus subprodutos, os alimentos orgânicos industrializados também são produzidos sem corantes e aromatizantes artificiais.
Ao adquirir a prática de consumo de alimentos orgânicos, não só estamos optando por uma alimentação mais saudável como também impulsionando a agricultura familiar e o pequeno agricultor, principais responsáveis pela produção de orgânicos no país. Em contra partida, o fato de alguns alimentos orgânicos serem mais caros não seria neutralizado então pelo maior benefício que eles proporcionam à saúde? Não só à saúde humana, mas também à saúde do meio ambiente. Então esse adicional de preço justo – não 100% a mais, ou um preço especulativo – já implica tratar-se de alimento de melhor qualidade. Todo e qualquer produto melhor custa mais. Então a própria lei do mercado está implícita no alimento também. O produto orgânico é mais caro porque tem melhor qualidade. Mas não pode ser um preço abusivamente mais caro que torne o alimento elitizado. Pensando de outro modo: no caso dos alimentos convencionais, que são mais “baratos” qual o real valor de um alimento barato que promove exclusão social do agricultor familiar, causa doenças e ainda degrada o meio ambiente? Que barato é este? É preciso pensar de forma sustentável a médio e longo prazo.
Imagens: Coletivo Verde e Akatu
Laísa Mangelli