Um novo relatório apoiado pela ONU indicou, na segunda-feira (5), a recuperação em andamento da camada de ozônio, o que foi visto como uma inspiração para ações climáticas mais ambiciosas e uma demonstração de que acordos globais podem alcançar suas metas.
O documento mostrou que a concentração de substâncias que reduzem o ozôniocontinua diminuindo, levando a uma recuperação da camada desde a última avaliação, feita em 2014.
A reportagem é publicada por ONU Brasil, 07-11-2018.
Um novo relatório apoiado pela ONU indicou na segunda-feira (5) a recuperação em andamento da camada de ozônio, o que foi visto como uma inspiração para ações climáticas mais ambiciosas e uma demonstração de que acordos globais podem alcançar suas metas. O estudo, “Scientific Assessment of Ozone Depletion: 2018”, é o mais recente de uma série de relatórios divulgados a cada quatro anos que monitora a recuperação do ozônio na estratosfera, uma camada que protege a Terra dos raios ultravioletas.
O documento mostrou que a concentração de substâncias que reduzem o ozôniocontinua diminuindo, levando a uma recuperação da camada desde a última avaliação, feita em 2014.
O ozônio em partes da estratosfera se recuperou a uma taxa de 1% a 3% desde 2000 e, segundo projeções, o ozônio do Hemisfério Norte e de latitude média deve se recuperar completamente até 2030, seguido pelo Hemisfério Sul na década de 2050 e regiões polares na década de 2060.
Isso acontece por conta de ações internacionais tomadas sob o Protocolo de Montreal, estabelecido há mais de 30 anos como resposta à revelação de que clorofluorocarboneto (CFC) e outras substâncias que reduzem ozônio — usadas em aerossóis, refrigeradores, sistemas de refrigeração e muitos outros itens — estavam criando um buraco na camada de ozônio.
Em 2019, o protocolo deve ser fortalecido com a ratificação da Emenda de Kigali, que pede que o uso futuro de gases nocivos à camada de ozônio em refrigeradores, ar-condicionados e produtos relacionados seja cortado.
“O Protocolo de Montreal é um dos acordos multilaterais mais bem sucedidos da história por uma razão”, disse Erik Solheim, chefe da ONU Meio Ambiente. “Esta mistura cuidadosa de ciência competente e ação colaborativa que definiu o Protocolohá mais de 30 anos e deve recuperar nossa camada de ozônio é precisamente o motivo da Emenda de Kigali ser tão promissora para ação climática no futuro”.
As descobertas fornecem um vislumbre de esperança, menos de um mês após o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) descrever os efeitos devastadores de um aumento de 2°C da temperatura global em comparação a níveis pré-industriais. O secretário-geral da ONU, António Guterres, descreveu o documento como um “ensurdecedor grito de alerta”.
Os autores do relatório descobriram que, se a Emenda de Kigali for totalmente implementada, o mundo pode evitar até 0,4% de aquecimento global neste século, o que significa que isto irá desempenhar uma função essencial em manter o aumento da temperatura global abaixo de 2°C.
IHU