As pessoas mais pobres e mais vulneráveis (crianças e idosos) são mais expostas à poluição atmosférica e sonora, alertou um estudo divulgado nesta segunda-feira pela Agência Europeia de Meio Ambiente (AEE).
“Em geral, à medida que uma pessoa se aproxima da pobreza na Europa, os riscos de viver são maiores em uma região com má qualidade do ar”, disse o diretor da AEE, Hans Bruyninckx, durante a apresentação do estudo em Bruxelas.
Esta entidade, com sede em Copenhague, publica pela primeira vez em 25 anos uma “análise exploratória” da relação entre as desigualdades sócio-econômicas e as desigualdades ambientais, para tentar delinear políticas coordenadas.
“A saúde dos cidadãos europeus mais vulneráveis continua afetada de forma desproporcional pelos riscos” relacionados à poluição do ar e sonora, e até às temperaturas extremas, de acordo com a AEE.
Assim, as regiões do Leste (Polônia, Hungria, Romênia e Bulgária) e do Sul da Europa (Itália, Espanha, Portugal e Grécia) que têm taxas de desemprego mais altas que a média da região estão mais expostas a partículas finas e ao ozônio.
Nessas mesmas regiões da Europa, a vulnerabilidade dessas populações – que também exibem elevada faixa etária média – “pode reduzir as capacidades individuais de responder ao calor excessivo, e, portanto, ter resultados negativos em matéria de saúde”, informou a AEE.
Estas desigualdades são contempladas apenas “em parte” pelas atuais políticas ambientais da UE.
“As políticas da UE não exigem explicitamente ações específicas por parte dos Estados para reduzir as desigualdades na exposição e a vulnerabilidade”, indicam especialistas autores do estudo.
A AEE elogiou iniciativas que considera “eficazes”, como a probição do tráfego de veículos em centros urbanos, o estímulo a caminhar ou utilizar a bicicleta.
AFP