Por Ciangeli Clark e Caio Lara
“Da janela lateral do quarto de dormir
Vejo uma igreja, um sinal de glória
Vejo um muro branco e um voo pássaro
Vejo uma grade, um velho sinal”
A linda composição Paisagem na janela, de Fernando Brant e Lô Borges, regravada por vários artistas, entre eles o grande Milton Nascimento no álbum Ao vivo (1983), relata o amor dos mineiros por nossas paisagens.
Ao redor das muitas escolas participantes do Projeto EcoDom 2019, é possível perceber uma variedade enorme dessas paisagens. Algumas se localizam em bairros tradicionais, outras, em contextos periféricos. Algumas têm flores e jardins, outras, o cinza duro da selva de pedra da cidade grande. Umas ficam em lugares densamente povoados, outras em campos abertos com mais movimento de pássaros que de gente.
A vida ao redor da escola retrata, de alguma forma, os desafios de se construir um projeto socioambiental na rede pública estadual de educação. Lugares mais poluídos demandam soluções criativas. Lugares violentos, serenidade e pacificação. Lugares barulhentos, o silêncio para o estudo.
Após um belo evento de lançamento da Pegada Ambiental 2019, na sede da Dom Helder/EMGE – em que é possível vislumbrar, através das janelas, bonitos prédios, consultórios médicos, um shopping, um prédio de vidro que parece quase invisível e a diversidade das construções do aglomerado da Serra –, o projeto EcoDom entra na reta final do cadastro das escolas.
Um novo desafio torna-se a ordem do dia: a realização do diagnóstico socioambiental. Os indicadores deste diagnóstico mostrarão como andam o consumo de água, energia, a destinação do lixo, a sinalização de trânsito, entre outros, para assim gerar a mudança necessária em cada aspecto. A realização do projeto, ao longo do ano, se propõe a que se abram possibilidades para que possamos contemplar as belezas das paisagens laterais.
Créditos: Lucas Miquelão/Caio Lara/Ciangeli Clark