O Zimbábue cogita a retirada do acordo que proíbe o comércio de espécies animais ameaçadas para vender sua valiosa reserva de marfim, com a qual poderia manter seus parques nacionais – informaram fontes próximas ao governo na terça-feira (11).
Imerso em uma grave crise econômica, o país acumulou ao longo das últimas três décadas reservas de marfim por um valor estimado de 300 milhões de dólares. Por ser signatário da convenção internacional CITES desde 1989, o governo não pode vender essa matéria-prima.
“Dizemos que devemos ser autorizados a vender. Fizemos uma proposta conjunta ao CITES”, declarou à AFP Tinashe Farawo, porta-voz da autoridade zimbabuense de administração de parques nacionais e fauna.
Com Botsuana, Zâmbia e Namíbia, o Zimbábue propôs colocar os elefantes na lista 2 do CITES, o que autorizaria a venda de seu marfim sob certas condições.
“As populações que vivem perto das reservas devem aproveitar a presença de elefantes, graças à venda de seu marfim”, estimou Farawo.
A última avaliação da União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) em 2016 dava uma cifra de menos de 415.000 elefantes africanos, uma queda de 110.000 em dez anos vinculada à caça ilegal motivada pelo marfim.
AFP