Emissões precisam cair 50% para se evitar aquecimento de 3 graus, dizem cientistas


As emissões de dióxido de carbono relacionadas à geração de energia atingiram uma alta recorde no ano passado. (Foto-Rabe/Pixabay)

Por Nina Chestney

As emissões de gases do efeito estufa precisam ser cortadas pela metade até 2030 para se limitar o aquecimento global a 1,5 grau, mas as temperaturas rumam para atingir o dobro disso até o final do século, mesmo que os planos atuais dos países sejam implantados, mostrou uma pesquisa científica.

O Climate Action Tracker, um grupo de pesquisadores europeus, monitora o progresso dos países rumo à meta globalmente acordada de manter o aquecimento bem abaixo dos 2 graus e à meta mais ambiciosa de 1,5 grau, à medida que as preocupações públicas com a mudança climática estão crescendo e provocando protestos em todo o mundo.

Mas as emissões de dióxido de carbono relacionadas à geração de energia atingiram uma alta recorde no ano passado, e as novas estruturas de energia renovável emperraram depois de anos de crescimento forte.

Ao mesmo tempo, o metano, um gás de efeito estufa mais potente do que o dióxido de carbono, aumentou nos últimos anos devido à produção de petróleo e gás.

Uma avaliação dos planos climáticos de 32 nações feita pelo Climate Action Tracker indica que só os planos do Marrocos e de Gâmbia bastam para se atingir a meta de 1,5 grau.

Se as nações implantarem totalmente os planos que fizeram conforme o Acordo de Paris de 2015, o aumento das temperaturas ruma para alcançar os 3 graus até o final do século, só um pouco abaixo do aumento de 3,3 graus que a entidade previu em dezembro.

“A preocupação pública está aumentando rápido, e movimentos globais como o Fridays for Future e o Extinction Rebellion estão pressionando os governos a agir agora que as pessoas estão indo às ruas”, disse Niklas Höhne, do NewClimate Institute, uma das organizações que fornecem análises para o Climate Action Tracker.

“À medida que vamos da mudança climática para uma crise climática, a prioridade pública está aumentando, e esperamos que os governos adotem ações ousadas”, acrescentou.

Na terça-feira, a chefe climática da Organização das Nações Unidas (ONU), Patricia Espinosa, disse a representantes governamentais e autoridades da ONU reunidas em Bonn, na Alemanha, que estas estão muito aquém do que é necessário para reduzir as emissões em 45% até 2030 para limitar o aquecimento global.

Mas alguns países anunciaram novas metas, como o objetivo britânico de zerar as emissões líquidas até 2050 e o plano do Chile de se tornar neutro em carbono até 2050 e fechar todas as usinas de carvão até 2040.

Reuters