As áreas desmatadas na Amazônia totalizaram 2.254 km2 em julho, 278% a mais que em julho de 2018 (596,6 km2), segundo dados oficiais divulgados na terça-feira (6) que confirmam uma tendência alarmante posta em dúvida pelo presidente Jair Bolsonaro.
Nos últimos 12 meses, o aumento do desmatamento na região foi de 49,45% com relação aos 12 meses anteriores, totalizando 6.833 km2, de acordo com o sistema de detecção em tempo real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O Deter, que registra alertas de desmatamento em tempo real, tinha destacado em junho um aumento de 88% com relação ao mesmo mês do ano passado.
O próprio ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, reconheceu isso e disse que “é provável” que o Prodes, sistema de detecção mais preciso, mostre uma alta parecida, como ocorreu nos anos anteriores. Em geral, a tendência indicada pelo Deter, seja de alta ou de baixa, é confirmada pelo Prodes, um sistema muito mais preciso e que “enxerga” muito mais. Mas em geral, também, por causa dessa maior precisão, o número do Prodes é sempre maior que o do Deter.
Para evitar distorções, os números citados acima consideram apenas as três categorias de corte de vegetação que o próprio governo identifica como desmatamento efetivo: desmatamento com solo exposto, desmatamento com vegetação e mineração.
Bolsonaro questionou estes dados e insinuou que o presidente do Inpe, Ricardo Galvão, poderia estar a serviço de alguma ONG, antes de exonerá-lo na sexta-feira (2), nomeando em seu lugar interinamente Darcton Policarpo Damião, um militar.
O presidente e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, rebateram na semana passada as leituras das imagens de satélites publicadas pelo Inpe e prometeram a implantação de outro, que seria mais preciso.
AFP