Na região da Amazônia, as plantas emitem sais de potássio que formam as nuvens, as quais abrigam as partículas aerossóis responsáveis por causar chuva. Esse é o resultado de um estudo realizado entre cientistas da USP e das universidades de Berkeley e Harvard (nos Estados Unidos), além do Instituto Max Planck, na Alemanha.
Segundo o professor de física da USP Paulo Artaxo, coordenador brasileiro do estudo, as chuvas na região Amazônica estão mais ligadas à floresta do que se imaginava. "Uma quantidade significativa das gotículas [de chuva] contém potássio, elemento de emissão direta das plantas, que não é formado na atmosfera", explicou ao portal G1.
A pesquisa, que foi publicada na revista Science, desmentiu o conceito anterior, de que os aerossóis responsáveis pelas chuvas eram gerados por reações químicas no ar.
Segundo Artaxo, a descoberta adiciona um elemento à forma como a vida controla a formação da atmosfera e do clima no planeta. "Não é só através da fotossíntese e da respiração, não é só pela emissão dos gases de efeito estufa, mas também as partículas aerossóis são controladas por processos biológicos", frisou.
O professor ainda salientou que o clima do planeta não é influenciado, apenas, através da fotossíntese, da respiração e pelas emissões dos gases de efeito estufa, "mas também as partículas aerossóis são controladas por processos biológicos", frisou.
Essa ligação entre as chuvas e as plantas não acontece em áreas de vegetação rasteira, a exemplo do Cerrado e da Caatinga, pois os sais de potássio são emitidos pelas filhas das árvores. "A floresta tem um índice de área folhada muito maior do que as gramíneas", analisou Artaxo. Portanto, a ação acontece em qualquer vegetação arbórea, mas não gramínea, aponta o estudo.
Fonte: Eco Desenvolvimento