A tragédia das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, ocorrida em janeiro de 2011, é apenas um exemplo da falta de preparo do país para enfrentar desastres naturais. Na ocasião, 905 pessoas morreram e 121 constavam como desaparecidas. Apesar das constantes promessas de investimentos feitas pelo governo federal, o crescimento desordenado, a falta de infraestrutura e chuvas cada vez mais intensas continuam a causar sérios danos à população.
E a situação deve se agravar nos próximos anos. Relatório divulgado pelo Painel Intergovernamenal de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU prevê maior assiduidade de chuvas em todo mundo, assim como o aumento na duração e na quantidade de ondas de calor, de tempestades e tornados. As secas, que afetam anualmente o nordeste brasileiro (veja abaixo), também devem ficar mais prolongadas e ríspidas.
Devido à sua relevância e urgência, a prevenção do risco de catástrofe natural foi um dos temas escolhidos para debate durante o Congresso Internacional de Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, que acontece na próxima semana, em Belo Horizonte. A palestra ficará a cargo da professora Carla Amado, da Universidade de Lisboa. Mestre e Doutora em Direito, Carla é autora de livros como “As operações materiais administrativas e o Direito do Ambiente” e “A prevenção à prova no Direito do Ambiente”, além de ter publicado diversos artigos na área.
Situação de emergência
Há 75 dias sem chuva, a população do semiárido no Ceará sofre com os efeitos da longa estiagem que afeta o estado. Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), esta promete ser a mais rigorosa seca enfrentada pelo estado nos últimos 19 anos e a quinta pior da história.
Das 184 cidades cearenses, 178 já decretaram situação de emergência (o governo federal ainda analisa o decreto de quatro municípios). As mais afetadas ficam nas regiões do Sertão Central, Inhamuns e Jaguaribana onde, segundo a Defesa Civil estadual, vivem cerca de 2,5 milhões pessoas.
Fonte: Da Redação