Por Caroline Machado
Repórter DomTotal
O relatório Progresso sobre Saneamento e Água Potável 2013 – divulgado por duas agências da ONU, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) – , aponta que cerca de 2,4 bilhões de pessoas, ou seja, um terço da população mundial, ainda estarão vivendo sem saneamento básico em 2014, ano que antecede o prazo final para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
A água e o saneamento são componentes essenciais das oito metas para melhorar a qualidade de vida, saúde, educação e meio ambiente do planeta, mais conhecida como ODM. Em 2000 foi firmado um compromisso entre 191 países em que líderes mundiais concordaram em atingir os objetivos até o final de 2015.
O saneamento é a meta mais atrasada dos Objetivos e, de acordo com a OMS, cerca de 80% da água residual global de assentamentos humanos ou fontes industriais é despejada sem tratamento, contaminando os oceanos, lagos e rios.
Direito adquirido
Para a engenheira ambiental e pós-graduada em Engenharia Sanitária Flávia Augusta ninguém deveria viver sem saneamento. “Trata-se de um direito essencial ao cidadão. Sem saneamento básico, a população fica exposta a uma infinidade de doenças graves, e o meio ambiente pode ser duramente prejudicado”, afirma Flávia.
Segundo a engenheira, o relatório da ONU mostra que boa parte da população mundial não tem água segura. “O déficit mundial de saneamento básico é muito grande, por esse motivo temo que alguns países não atinjam a Meta do Milênio. Atualmente a sociedade deixa de priorizar fatores como o manejo adequado de resíduos sólidos e o das águas pluviais, já os governantes não direcionam os recursos públicos necessários para atender a população”, destaca a engenheira.
Dados da OMS mostram que o abastecimento de água e o saneamento inadequado equivalem a uma perda econômica de 260 bilhões de dólares em todo o mundo em gastos de saúde e menor produtividade no trabalho.
Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra ainda que 71,8% dos 5.565 municípios brasileiros não possuíam, em 2011, uma política municipal de saneamento básico. “Todos os municípios deviam elaborar seus respectivos planos municipais, e a Lei Nacional de Saneamento Básico garante isso, porém muitas prefeituras não estabelecem mecanismos de fiscalização referentes ao abastecimento de água e esgotamento sanitário”, conclui Flávia.
Fonte: Redação DomTotal