Pra não dizer que não falei das flores…


Parece frase de efeito ou de título de música, que pelos 50 anos de aniversário, padece no esquecimento.

Tema de lutas e combate a restrição de liberdades, que em um momento político brasileiro tão conturbado, tornou-se lema de movimentos sociais espalhados pelo território, no sentido de conduzir a um processo de redemocratização.

Jargão de luta por liberdades cassadas: “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, tornou-se meio de chamamento e responsabilidade da união de pessoas por um mesmo objetivo.

O tema desse texto não é esse, muito embora, pelo contexto educacional também poderia se valer.

Aqui, o lugar de fala é outro. Uma fala de ato e potência humana.

“Todas as flores do mundo estão contidas nas sementes de hoje”. Esse velho provérbio chinês remete a conclusão de que há um determinismo do universo entre o que se é (semente) e que se pode ser (flores).

A construção de um mundo sustentável (com mais flores) depende da capacidade de ações que realizamos (sementes). A educação ambiental se destaca nesse contexto, como instrumento de conscientização da comunidade local, tomando ações para a construção de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores comunitários.

Plantam-se muito mais que sementes e se fazem muito mais do que hortas.

Solidificam as bases da comunidade, construindo coletivamente um plano ideal de mudança da realidade de consumo e de desperdício.

O Movimento ECOS, atento a essa exigência, direciona esforços para o desenvolvimento de modelos criativos e sustentáveis, incentivando a comunidade escolar a perceber que sua realidade pode ser melhorada, com instrumentos de ações educacionais e agregadoras.

Hoje, são 112 escolas de Belo Horizonte e Região Metropolitana que direcionam seus esforços a construção de uma nova realidade comunitária, mas que do ponto de vista sistêmico, agregam economias de recursos naturais e econômicos pela ação em eixos ambientais, tais como energia elétrica, água, resíduos sólidos, dentre outros.

Dividido em fases, cada qual com sua tarefa específica, os alunos desenvolvem atividades escolares internas e externas, a fim permitir a capacitação do grupo diretamente envolvido e conscientização de toda comunidade escolar.

Como um efeito borboleta, em que cada batida de sua asa uma leve brisa é produzida, o somatório de todas as batidas de asas e de todas as borboletas do mundo, teria efeito imensurável, o Movimento Ecos pretende assim o fazer.

Se cada ação fragmentada de melhoria do meio ambiente for vista como uma semente, primaveras belíssimas teremos em pouco tempo, pois sabemos que isoladamente fazemos pouco, mas JUNTOS, PODEMOS!

Publicado em: ECOS