No entanto, ainda há tempo para fazer com que impactos não sejam tão severos
Seres humanos e o meio ambiente já estão sentindo os efeitos das mudanças climáticas e, caso atitudes não sejam tomadas, o pior cenário pode ser catastrófico. A má notícia é que ainda estamos pouco preparados para efetuar essas alterações nos modelos de reprodução social que afetam o planeta. Essas são, resumidamente, as principais novidades divulgadas pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) na segunda parte do seu quinto relatório, batizado de "Sumário para Formuladores de Políticas" e que veio a público no último domingo.
Os pesquisadores partem do pressuposto de que o mundo já está pagando o preço pelas emissões ocorridas desde a Revolução Industrial, mas afirmam que há possibilidades de os danos serem amenizados. O relatório prevê cenários para os casos mais otimistas e pessimistas. Mas quanto mais tempo as medidas demorarem para serem tomadas, mais problemas ocorrerão – e podem ser irreversíveis.
Cenários
Caso não sejam freadas as emissões de CO2 e de demais gases do efeito estufa, o nível do oceano pode aumentar até 82 cm em 2100. Mas caso medidas sejam tomadas, ele pode aumentar "apenas" 26 cm. Já a alta de temperatura pode variar de 2,6ºC a 4,8ºC, até 2100. As geleiras do Ártico podem ser derretidas de 46% a 94%, novamente até 2100.
Onde estão os problemas?
Mas além de estimar os danos máximo e mínimo, o relatório também tenta ser mais concreto com relação aos efeitos das mudanças climáticas nos ecossistemas e na vida humana. O infográfico abaixo é a melhor expressão desse esforço. Nele, são mostrados em que medida incêndios, inundações, problemas com a produção de alimentos, entre outros aspectos, foram causados como reflexo das alterações no clima até os dias atuais.
Foco no humano
Desta vez, as previsões também dão conta de possíveis conflitos que podem ser causados devido aos efeitos climáticos, como falta de segurança alimentar, aumento de preço dos alimentos e escassez de água – crises que já começam a aparecer nos dias de hoje e que podem afetar principalmente a população pobre de países tropicais, como o Brasil.
Amazônia e América do Sul
Talvez a melhor notícia seja a de que o risco de savanização da Amazônia diminuiu mesmo com a possibilidade de grande aumento de temperatura. Isso não significa que o bioma não sofra riscos – eles podem ocorrer principalmente devido à mudança no regime de chuvas, mas mesmo que haja mudança na vegetação, não será uma savanização. A América do Sul, de modo geral geral, sofre riscos de chuvas excessivas, com deslizamentos e enchentes, além de mais dias secos e mais calor.
Para acessar o documento (em inglês), clique aqui.
Fonte: ECycle